Duras Penas: cultura e poesia com Nemilson Moraes

Poeta camposbelense Nemilson Moraes, à direita





DURAS PENAS
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QUE CRIME FOI O MEU PARA RECEBER
TÃO DURAS PENAS?


AO REVELAR O MEU DESEJO DE TE-LA 
TODOS OS DIAS AO MEU LADO,
EM SEU TRIBUNAL FUI CONDENADO
A NÃO MAIS EXPRESSAR-ME
NEM MESMO NUM POEMA,
O QUE DEVERAS SINTO.


QUE CRIME FOI O MEU PARA RECEBER
TÃO DURAS PENAS?


O MEU DELITO FOI EDIONDO.
E SEM DIREITO DE DEFESA
SEGUI DIRETO PARA A PRISÃO DO ISOLAMENTO
E DA INCOMUNICABILIDADE.


QUE CRIME FOI O MEU PARA RECEBER
TÃO DURAS PENAS?


ENCLAUSURADO EM UM CALABOUÇO
ESCURO E FRIO DO MEU MUNDO
INTERIOR,
TIVE POR MUITO TEMPO A COMPANHIA
DO SILÊNCIO, DA MELANCONIA E DA DOR.


QUE CRIME FOI O MEU PARA RECEBER
TÃO DURAS PENAS?


O TEMPO PASSOU E EU FIQUEI CALADO
CONTANDO ESTRELAS…
Á VER NAVIOS EM PORTOS, ATRACADOS.


ELA,COM PESAR NA CONSCIÊNCIA
PASSOU-ME PARA O REGIME
DOMICILIAR,ALEGANDO QUE EU
TERIA: MAIS LIBERDADE,SOL
E UM LAR PARA O RETORNO.


MAS O QUE ADIANTARIA-ME
A LIBERDADE DE IR E VIR
SE O PERCURSO NÃO DARIA
ACESSOA ELA.?


E A LUZ DO SOL PARA QUE SERVIRIA
SE NÃO TINHA COMO CONTEMPLAR
O BRILHO DOS SEUS OLHOS EM PLENO DIA?


TAMBÉM NÃO PRECISARIA DE UM LAR 
PARA RETORNAR,
SE NÃO PUDESSE CONTAR
COM O ACONCHEGO
DE SEUS BRAÇOS.


QUE CRIME FOI MEU PARA RECEBER 
TÃO DURAS PENAS?


A LUZ NO FIM DO TÚNEL SURGIU
QUANDO ELA APARECEU,
COM LÁGRIMAS E ROGOS,
IMPLORANDO O MEU PERDÃO!!!
NAQUELE INSTANTE FUI ABSOLVIDO.


A PERDOEI PRONTAMENTE.
E NUM GESTO APRESSADO 
CORRI PARA O ABRAÇO
E O NOSSO SENTIMENTO FOI UM SÓ
NA CELEBRAÇÃO DA LIBERDADE E DA ALEGRIA
DE ESTARMOS JUNTOS.


QUE CRIME HÁ QUE NÃO POSSA SER
PERDOADO?


NEMILSON V.MORAES (2013).

Quem é Nemilson Vieira de Moraes?



Nasceu em Palmeiral, distrito de Esperantinópolis, Maranhão.

Filho de Natanael Vieira de Moraes e Isabel Vieira de Moraes (ambos, nordestinos, contribuíram para o desenvolvimento da cidade a qual escolheram para criar e educar os filhos em Campos Belos (GO).

Um, como comerciante, dando início nesta atividade no final dos anos 1960, e a esposa, uma das fundadoras da Assembléia de Deus local).

Migrou-se com seus pais para Campos Belos, em 1969. Onde viveu a sua infância e juventude e ama este lugar como um filho ilustre da terra.

Concluiu o curso primário no Colégio Batista BH Foreman e cursou o fundamental no Colégio Estadual Polivalente prof. Antusa.

Alimentando o sonho por melhores condições de estudos e trabalho, atravessou fronteiras, migrando-se para a capital mineira em 1987.
Posteriormente, fixou residência no bairro Luar da Pampulha, em Ribeirão das Neves MG, em 1996, quando iniciou suas atividades de micro empreendedor individual.

Formou-se em Educação Teológica no seminário das Assembleias de Deus, Escola Bíblica Permanente de Sião (EBPS), em Belo Horizonte MG.

Depois qualificou-se em Técnico de Enfermagem na Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (UTRAMIG), em 2006, e especializou-se em Enfermagem do Trabalho, no Centro de Enfermagem de Minas Gerais (CEFEMG) em 2012.

Atualmente é acadêmico do último período do curso de Gestão Ambiental no Centro Universitário UNA, unidade do Barro Preto, Belo Horizonte. 


Ingresso na Literatura

Influenciado pelo tio escritor, o então promotor de Justiça Ariel Vieira de Moraes, e pelo irmão Heli Vieira de Moraes (artista plástico), desenvolveu o gosto pela literatura e pelas artes.

E, incentivado pelo amigo e também escritor e poeta Geraldo Rodrigues de França, tirou da gaveta seus trabalhos intelectuais e pensou seriamente sobre a possibilidade de publicá-los.

Ao receber o convite do professor Mauro de Morais, então Presidente da Academia Nevense de Letras Ciências e Artes (ANELCA) e também da ALB (Academia de Letras do Brasil RMBH), participou da edição 2014 do livro ”Anelca em Prosa e Verso – 8°”edição, depois publicado também na edição da ALB.   

A obra de Nemilson Moraes  tem um mix de poemas, causos, frases e reflexões sobre os mais variados temas.

Seguindo à metodologia do “versos livres”, o autor não se preocupa com a forma clássica ou erudita da poesia, não sendo muito afeito aos padrões normativos relativo ao tema, até porque os chamados “versos livres”permitem ou dão ao poeta mais liberdade de criação.

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