Quase 21 anos: acusados de matar ex-prefeito de Monte Alegre de Goiás ainda não foram julgados. Família espera por Justiça
O tempo não consegue apagar as marcas de um crime que desestruturou uma família em Monte Alegre de Goiás, no interior do Estado.
Durante todos esses anos, a família aprendeu a lidar com a dor da perda e a espera pela Justiça. Anderson Fábio Almeida, filho mais velho de Zé da Covanca, diz que a última notícia que a família teve foi em relação ao desaforamento para Goiânia.
“É uma vida inteira de espera. Deduzimos que a intenção da defesa dos réus é que o crime prescreva. Mas temos lutado para que não ocorra tamanha injustiça”, salienta.
Expectativa
Com o desaforamento para Goiânia, a família tem a expectativa de que o julgamento não sofra qualquer tipo de influência por parte dos acusados, havendo assim finalmente Justiça.
Sentimento
Os familiares de Zé da Covanca dizem que, com a demora em realizar o julgamento deixa em todos os sentimentos de impunidade e indignação. “Meu sentimento é de injustiça.
Após o crime, a ex-primeira dama ainda ficou na cidade por sete meses para cumprir seus deveres na função pública. Posteriormente, a família mudou-se para uma propriedade rural no mesmo município e para Brasília. Todos passaram por acompanhamento psicológico e psiquiátrico para lidar com o ocorrido.
Revolta
Ângela S. Almeida Ramos, a filha de Zé da Covanca que estava na casa no momento do crime, diz que o sentimento é de revolta com a situação de injustiça e impunidade. Ela diz que, enquanto a família passa por essa dor durante todos esses anos, os criminosos vivem normalmente como se nada tivesse acontecido.
“Como se a vida do meu pai não fosse nada. E, toda vez que tentamos buscar Justiça, nos revoltamos ainda mais, pois percebemos que o crime está perto de prescrever”, observa. Após o crime, Ângela ficou em estado de choque, com traumas e cicatrizes difíceis de reparar.
De acordo com a denúncia, em agosto de 1999 os acusados mataram o ex-prefeito com três tiros em sua casa, localizada em Monte Alegre.
Os acusados são Antônio Pereira Damasceno, ex-vice-prefeito de Monte Alegre e mandante do crime; Luís Carlos Medeiros, apontado como um dos executores; Floriano Barbo Neto, que foi presidente da Câmara de Vereadores do município e José Roberto Macedo Pinheiro, na época, cabo eleitoral do então vice-prefeito.