Arraias (TO) e Campos Belos (GO): obras públicas anunciadas, iniciadas e inacabadas



Por Jefferson Victor,


Algumas regiões do Brasil parecem estar na contramão do tempo. É como se houvesse um antagonismo ao desenvolvimento.


São localidades esquecidas pelos governantes, os investimentos são mesquinhos, frutos de enganação e tomam formas de engodos políticos.


Essa é uma prática secular, algumas regiões crescem a passos largos em detrimentos de outras que estão fadadas ao atraso e ao esquecimento.


Infelizmente fazemos parte dessa região carente e esquecida. Sempre fomos alimentados por promessas  desenvolvimentistas e em troca aplaudimos os políticos e sempre vemos nossos sonhos desmoronar.


Em períodos eleitorais, somos agraciados com promessas de grandes obras,  e em sua maioria quando iniciadas, ficam pelo meio do caminho e se transformam em mais uma ilusão e fruto do desejo.


Em Campos Belos veio o tão sonhado Instituto Federal Goiano, uma obra que poderia mudar os rumos da cidade em termos de educação, mas as obras encontram-se paralisadas há mais de quatro meses e aos poucos vai minando a esperança daqueles que almejam uma melhor formação.


O Vapt Vupt, uma obra tão desejada, também encontra-se paralisada e com isto serviços essenciais que seriam atendidos pelo órgão continuam dificultando a vida das pessoas. 


Muitos precisam se deslocar a outras localidades para resolver problemas considerados simples.


A tão sonhada água do Rio Mosquito é hoje um emaranhado de canos empilhados ao relento e segue a passos de tartaruga.  


O prazo estipulado para a entrega deverá se estender por muitos anos e enquanto isto convivemos com uma água de má qualidade.


Com a atual estiagem,  há riscos de ver o Montes Claros secar e termos o abastecimento  de água comprometido.


O aeroporto foi outra decepção. O então governador Alcides Rodrigues, o pior que já tivemos para a nossa região, prometeu uma obra com hangares, balizamento noturno e linhas regulares para a capital.


O que se fez na verdade foi o asfalto, nem aterro fizeram, é uma pista ondulada, sem nenhuma  estrutura. 


Lá foi construído um pequeno barracão que não oferece nenhuma comodidade, bem aquém  das promessas que se ouviu em torno do empreendimento e tudo isto a um custo que superou R$ 1,2 milhões.


O asfalto ligando a GO 118 a São Domingos, segundo informações que tivemos acesso, está paralisado e que só deve iniciar em abril após o período chuvoso. 


Esperança existe, mas pode ser mais uma enganação.


Em Arraias foi iniciada a construção de uma grande represa, a qual certamente daria uma maior independência ao município e também ficou pelo caminho. 


Foram gastos milhões de reais e agora está abandonada e sem nenhuma perspectiva de retomada do investimento.


A Universidade Federal do Tocantins está em fase final de construção. É um campus com uma boa estrutura física, porém não houve melhora com relação a novos cursos.


Os existentes não atendem mais os desejos dos estudantes, não há mais postos de trabalhos para atender a demanda dos formandos.


O tão famoso aeroporto de cargas que tanto se anunciou, ficou pela estrada. 


A pista foi construída e tem uma boa base de sustentação, foi feito aterro e a pista atende os padrões recomendados.


Os hangares, balizamento noturno, torre de controle e outras edificações não foram construídas e com isto as linhas aéreas prometidas pelos governantes ficaram mais uma vez na promessa.


Juntas estas obras poderiam estar proporcionando uma melhor qualidade  de vida à população destas localidades, mas  como se vê, são obras eleitoreiras que intensificam antes do pleito e que são paralisadas após o resultado eleitoral.


A esperança é a última que morre e a nossa encontra-se internada em uma UTI em estado terminal e os serviços funerários já estão sendo contratados.

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