Nova York proíbe uso de isopor

Em julho passado venceu o prazo e, diferentemente de governos onde a legislação não é levada a sério, o isopor será eliminado da cidade.

Está proibido vender, oferecer ou possuir qualquer produto feito de isopor na metrópole americana. Empresas e comerciantes têm seis meses para se adaptar. Depois desse prazo, serão multadas.

Desde 2013 se tentava essa proibição, mas o conselho municipal pediu mais tempo para ver se era possível desenvolver um sistema de reciclagem do material.

Após confirmar a inviabilidade, a prefeitura decidiu proibir os recipientes, muito usados pelos nova-iorquinos para conservar e transportar comida e café. “Produtos feitos de isopor causam um grande prejuízo ao meio ambiente e não há mais lugar para eles em Nova York”, disse o prefeito da cidade, Bill de Blasio.

Entenda mais sobre a reciclabilidade do isopor na matéria Isopor – é possível reciclar

Apesar de o isopor ser um plástico 100% reciclável, na prática, sua reciclagem enfrenta seríssimos problemas de viabilidade técnica e econômica. Nestes casos, como foi feito em Nova York, o melhor é buscar alternativas mais sustentáveis.

Aliás, é dessa forma que a sociedade, a ciência e a indústria progridem. Superando dificuldades. Infelizmente, o modelo econômico não prevê a troca tecnológica de materiais enquanto ainda são lucrativos. 

É por isso que o mundo só substituirá o petróleo quando ele estiver muito próximo de seu fim, pois os meios para se fazer isso já estão há disposição.

Qual o grande problema do isopor?

Como pode ser visto na matéria Volume: o segredo da reciclagem, apenas com uma grande quantidade de material é que os recicladores conseguem viabilidade econômica para reciclar os materiais.

Isso é um problema para o isopor, pois ele é composto por 95% de ar e 5% de poliestireno. E as características próprias do material atrapalham que ele seja prensado de forma eficiente. 

Ou seja, mesmo enchendo caminhões com embalagens de isopor, o seu peso em plástico é muito pequeno para que um profissional de reciclagem se interesse pelo produto. Adicionando o fato que a população não descarta corretamente o isopor, pouco material é destinado à reciclagem.


Mas o isopor é tão prejudicial assim para o meio ambiente?
Há uma estimativa de que, apenas nos Estados Unidos, 25 bilhões de copos de café, feitos de isopor, são jogados no lixo em um ano.

Ainda que esta fosse uma característica isolada de metrópoles de primeiro mundo, ambientalistas afirmam que o problema ganha outras proporções quando chega no mar.

Segundo Douglas McCauley, professor de biologia marinha da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, há dois problemas causados pelo isopor para os animais marinhos, um químico e o outro, mecânico.
“O mecânico é bem fácil de se ver. Encontramos espuma de isopor no intestino de animais – e isso pode ser letal”, diz.

Já o aspecto químico tem a ver com a propriedade absorvente do material. “O isopor age como uma pequena esponja poluente, capturando todos os compostos que mais contaminam o oceano. E então um animal engole isso, pensando ser uma água-viva”. Perigoso para os animais, portanto, com grandes chances de parar em nossa mesa.

Mas o que fazer para eliminar o isopor em países como o Brasil, onde não se cumprem leis básicas de responsabilidade ambiental e o lobby da indústria engessa qualquer decisão governamental?

Duas sugestões:

1 – Diminuir o uso do isopor. Se você não adquirir produtos difíceis de reciclar, não terá que descartá-los. Sim, há opções… Não se sinta vítima no processo e assuma sua posição de consumidor consciente.

2 – Destinar isopor onde suas características (flexibilidade, isolante térmico e acústico) são úteis, como o concreto leve. 

Sendo criativo e perseverante, o consumidor/cidadão mostra seu valor e adquire poder para pressionar indústria e governo na direção do bem comum.

Fonte: BBC

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