De Campos Belos (GO): Entre videogame e colo da mãe, Higor Leite passa a limpo carreira e momento no ABC


Para o meia Higor Leite, do ABC, não é novidade dar a volta por cima. E este início de 2018 não tem sido diferente para o goiano, de 24 anos e fala mansa, natural da pequena Campos Belos de Goiás – perto da divisa com o Tocantins. 
O primo do craque Kaká – com quem revela não ter contato – conquistou a confiança do técnico Ranielle e a vaga no time titular por méritos próprios.

Revelado nas categorias de base do Internacional, Higor Leite começou o ano da forma que nenhum jogador de futebol queria: recebeu a notícia de que não seria aproveitado no Fluminense e teria seu contrato rescindido. Sobre a saída, limita-se a dizer que “ainda tenho pendências para resolver por lá”. 


Durante o contrato com o Flu, que durou de 2010 a 2017, rodou por Avaí, Criciúma, Goiás e Volta Redonda. Chegou ao ABC às vésperas da estreia no estadual e já são 16 jogos e quatro gols. 

Por ter chegado com a pré-temporada em andamento, demorou a estrear e, quando a oportunidade chegou, entrou e não saiu mais. Com contrato até o fim da Série C, se diz feliz em Natal e que o objetivo é renovar o vínculo.

O meia aproveitou a folga do elenco após o jogo contra a Juazeirense para receber a equipe do GloboEsporte.com e falou sobre o início da carreira, o que viveu no ABC desde sua chegada, a saída conturbada do Fluminense e revela as broncas da mãe, Dona Zilda, que analisa as partidas, faz cobranças e dá dicas – a matriarca está em Natal há quase um mês e “disputa” a atenção do filho com o principal “vício” de Higor: o videogame.

Como se deu sua vinda para o ABC? Como foi sua chegada?

– Através do (Giscard) Salton. Ele foi diretor da base do Internacional e me conhecia de lá. Me perguntou se eu estava afim de ajudar aqui e eu não pensei duas vezes. Já joguei contra e vi que tinha uma torcida apaixonada, o Wallyson que é daqui. 


Conheci um pouco da história através de um amigo que jogou comigo no Fluminense, o Ayrton, que é daqui e me falou muito bem. 

Quando cheguei, senti no clube um dos ambientes mais acolhedores desde o primeiro dia. Temos um ambiente muito bom. 

E essa minha chegada no ABC está sendo muito boa para a minha carreira, é como um recomeço. Coloquei na cabeça que essa seria uma das últimas oportunidades para alavancar a minha carreira e voltar para um time da Série A.

Quem são os jogadores em quem você se espelha? Qual o melhor com que você já jogou?

– Eu jogo hoje com a 8, mas prefiro jogar com a 20. Tenho a inspiração, vi Deco jogando, joguei com ele no Fluminense e tive vontade de jogar com a 20. 


Gosto muito do Kaká, é uma inspiração para mim. Ronaldinho Gaúcho também. Mas, um dos que mais chamou a minha atenção foi o Deco, pela genialidade.

Apesar de jovem, você tem passagens por times de Série A. Acha que essa experiência pode servir para ajudar um elenco recheado de promessas nesse momento?

– Nosso time perdeu um pouco daquele futebol alegre que vinha apresentando no estadual, agora temos que arrumar. 


Vamos retomar o futebol de antes. Com minha experiência de “mais velho”, com 24 anos, tento dar conselhos sobre uma movimentação e até na vida mesmo. 

Quando tem alguma coisa que já passei, falo para não fazer e as consequências. Procuro ajudar dessa forma. O torcedor pode confiar que vamos retomar o bom futebol.

Um dos responsáveis por montar essa equipe é Ranielle Ribeiro, que foi efetivado no cargo no fim do ano passado. Como está sendo trabalhar sob o comando dele?

– São poucos treinadores que tive que tem a inteligência dele. Além disso, uma pessoa muito humana, de um caráter ímpar. Sabe acolher o grupo, dar moral para todo mundo. 


Às vezes, você está no banco, mas está feliz porque sabe que o Ranielle dá moral. São poucos assim. Poucos treinadores que caminham junto do elenco, que trabalhar para te erguer. Tem um perfil ‘paizão’ mesmo, tipo o Abel Braga, que pega e ajuda.

Sua mãe sempre está presente? Como é o acompanhamento dela?

– Eu não fazia nada nas folgas, só comia e jogava videogame. Agora que minhã mãe está aqui, é um apoio que tenho, é minha base. Ela que me auxilia ali por trás, me dá bronca e não é de bagunça. Cheguei do jogo e ela “mas como vocês perderam esse jogo?” (risos). 


Ela entende, tinha escolinha de futebol. Depois me mostrou outro vídeo e me cobrou porque eu não estou chutando no gol: “meu filho, você tem que chutar, você chuta bem”. Tem horas também que ela briga porque estou tempo demais jogando videogame.

Fonte: Globoesporte.com

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