MPE denuncia sargento da PM por homicídio qualificado e diz que crimes caracterizam grupo de extermínio

O sargento Edson Vieira Fernandes foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e adulteração de veículo automotor.
O advogado do sargento Edson Vieira informou que a defesa está tranquila com relação às acusações, pois o militar não teve participação nos crimes.
Os assassinatos aconteceram na noite de 22 de outubro. Neuralice Pereira de Matos e Nataniel Glória de Medeiros foram mortos a tiros por homens em uma motocicleta.
Durante a fuga, a motocicleta foi abordada por agentes da Polícia Civil. Edson Vieira Fernandes foi preso e o outro sargento, Gustavo Teles, acabou sendo baleado pelas costas e morreu. Com eles foi encontrada a arma usada nos crimes.
Edson Vieria foi denunciado por homicídio qualificado com motivo torpe e dificultando a defesa das vítimas.
Segundo consta na denúncia, Edson Vieira estava pilotando a moto usada nos crimes.
“Após sair da sede comercial, dirigiu-se para local não conhecido e passou a adulterar os sinais identificadores da moto, tendo colocado fitas adesivas de cor preta sobrepostas nas carenagens posteriores e sobreposto a placa verdadeira por placa fria”, diz trecho da denúncia.
Entenda
Os crimes foram registados na noite de 22 de outubro e madrugada do dia 23.
Um vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra o momento exato da abordagem da Polícia Civil que terminou com a morte do sargento Gustavo Teles. O militar foi morto com um tiro nas costas.
Durante a abordagem, a Polícia Civil apreendeu três armas com os sargentos da PM. Uma das armas foi ligada aos dois assassinatos por um laudo da perícia.
O sargento nega ter cometido os crimes, embora tenha confessado participação durante depoimento. Edson Vieira está preso na sede do 1º Batalhão da PM em Palmas.
Polêmica
Após a abordagem o delegado que fez o primeiro atendimento do caso resolveu deixar o estado após supostamente receber ameaças.
“A informação que a gente teve foi de que a saída dele [do delegado] de Gurupi e do Tocantins foi em razão de ameaças que foram feitas por policiais militares e principalmente por um vídeo que está circulando nas redes sociais, em que um membro da Companhia Independente de Operações Especiais disse que a morte do colega vai ter volta e que estamos tentando denegrir a honra dele”, explicou o delegado Bruno Boaventura.
No vídeo citado por Boaventura, um membro da Companhia Independente de Operações Especiais, da qual o sargento Gustavo Teles participava, diz que os “amigos e combatentes estarão sempre continuando a guerra que ele começou, pois a voga não vai parar.
Fonte e texto: G1