Artigo: Depressão, uma perda de si mesmo


Por Lívia Geralda Queiroz, 


Há um certo tempo especialistas e pesquisas científicas vêm apontando a depressão como sendo o mal deste século. 

A estressante vida moderna, com suas atribulações e correria, tem contribuído para um crescente número de casos de depressão.

A maioria de nós já ouviu falar ou conhece alguém que sofreu ou sofre com essa doença. Porém, a nossa sensibilidade e entendimento não são capazes de perceber as entranhas dessa enfermidade. 


Nosso olhar distante e externo é capaz de compreender apenas a superfície dessa misteriosa e espinhosa moléstia e suas consequências para a vida pessoal, social e psíquica de quem enfrenta esse problema.

Devo admitir, a partir de minha própria experiência, que somente quem vivência essa situação é capaz, realmente, de entender a amplitude e a profundidade do vazio que nos envolve e domina, levando-nos a perder a consciência de quem somos. 


É assustador a forma rápida como não conseguimos mais reconhecer nossa individualidade e personalidade. Somos envolvidos por uma onda avassaladora de desânimo, descrença e pessimismo.

Tenho orgulho em dizer que sou uma pessoa de fé, cuja a mesma foi testada várias vezes e fortalecida na mesma proporção. 


Uma pessoa que consegue evoluir, amadurecer e perceber a beleza da vida e a manifestação divina nas pequenas coisas. Uma pessoa feliz. 

Entretanto, ao passar por um período de depressão, tenho que reconhecer que perdi minha fé. Procurava, procurava, mas não conseguia encontrar aquilo que sempre me sustentou e guiou toda a minha existência. 

É frustrante e aterrorizante perder a direção do seu caminho, não ter forças para levantar a cada amanhecer, não sentir prazer em nenhuma atividade que outrora era a válvula de escape, forçar a alimentação, pois tem consciência que, se não comer, vai piorar. 

Não conseguir apreciar os momentos bons; não se alegrar com nada nem com ninguém; se afundar cada vez mais numa existência vazia, na qual não se vive, apenas existe. Pensar que não vale a pena viver, que morrer seria a única forma de alívio.

É um caminho obscuro, tenebroso, no qual a escuridão vai preenchendo cada espaço e dominando cada parte do nosso ser. A impressão que temos é que, não há saída, não existe solução, só nos resta afundar cada vez mais num mar de incertezas, num abismo, no qual nosso “eu” não existe mais.

Apesar de todos esses percalços, de toda angústia, existe solução. É preciso encontrar a pouca força que nos resta e buscar ajuda. 


Ajuda profissional, de um PSIQUIATRA¹, que está preparado para nos ajudar a reencontrar nós mesmos e nos reerguer. Infelizmente, muitas pessoas, por preconceito e/ou ignorância, pensam que psiquiatra é “médico de doido”. 

Psiquiatra é um especialista em saúde mental, e quanto mais pessoas se conscientizarem disso, melhor será para todos, e muitas vidas podem ser salvas. 

Precisamos, urgentemente, abrir nossas mentes e corações para podermos ajudar tantas pessoas que sofrem caladas, e, outras que, desamparadas e perdidas, chegam a sofrer suicídio² – a consequência mais violenta dessa terrível e, às vezes, silenciosa, doença.

Despertemos nossas consciências para ajudar a nós mesmos e aos outros. Existe saída para a depressão. Procure um psiquiatra.

(Lívia Geralda Queiroz)

¹ https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/o-papel-do-psiquiatra-com-o-cuidado-a-saude-mental/51762

² https://hypescience.com/por-que-devemos-parar-de-usar-a-frase-cometeu-suicidio/

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