Manifesto do professor Adelino Machado sobre o Relatório da Comissão de “Reestruturação da UEG”

“Exmo. Senhor Ivano Alessando Devilla
Presidente do Conselho Universitário – CsU da UEG
Venho mui respeitosamente manifestar formalmente sobre o Relatório da Comissão de Reestruturação da UEG, apresentado por sua respectiva comissão pesquisante/elaboradora, a partir de alguns elementos de minha exposição oral no plenário da Reunião Administrativa convocada para esta, entre outras finalidades, no dia 02 de maio de 2019, às 13 horas e trinta minutos, na reitoria da Universidade.
Em primeiro lugar manifesto minha discordância em dar publicidade à peça, pois ela tem de ser objeto de análise e deliberação da instância normativa da Instituição, que é o Conselho Universitário – CsU.
O relatório contém informações que são carentes de reflexões e análises por parte de muito atores atingidos, mas que não foram devidamente consultados.
Já no terceiro parágrafo (p. 1) do texto do relatório, os autores destacam que “todos os critérios foram estabelecidos pelos próprios gestores da Universidade”, mas não debatidos, apreciados, votados e aprovados pelo coletivo da Instituição.
Essa carência fica evidenciada ao nos deparar com frases e orações completadas com palavras ou frases entre parênteses.
Não cabe neste manifesto analisar os critérios, ou definir, ou conceituá-los, mas apenas fazer observações que podem ser relevantes à reflexão sobre eles. Isso que dizer que ficou faltando de nossa parte elevá-los ao status de categoria analisável, por se tratar de providências tão relevantes, relacionadas diretamente ao futuro da Universidade, portanto ao futuro de uma parcela da população.
A referida comissão ao esforçar-se em fornecer uma resposta chegou a considerar parte dos critérios “inadequados ou de difícil compreensão” (p. 3).
Ainda acerca da problemática relacionada aos critérios, percebe-se que no caso do “estabelecimento de número” de cursos por região, a comissão estabeleceu uma “ordem de preferência para verificação de qual curso permaneceria em cada região”, a partir do que foi chamado no relatório de “ordem hierárquica de critérios”, onde “o primeiro critério de sobrepõe ao segundo”(p. 5). Com esse grau de problematicidade instalada, a comissão então teve de fazer “ajustes”, numa tentativa de evitar “cometer injustiças”.
Foi verificado e explicitado pela comissão, e esse é um dado considerado relevante o fato de alguns Câmpus terem acrescido cursos sem ter havido a descontinuação de outro curso.
No que diz respeito aos critérios “não aplicados” por diversas razões, a comissão reclamou da “falta de informação” e também da “falta de clareza do próprio critério”, sendo a maioria critérios de Câmpus, tais como, sombreamento, junção de Câmpus e vocação regional (p.12).
Outra atenção deve ser dada quando da justificativa de aplicação dos critérios, em especial o critério sete (dimensão do município), nós diretores aceitamos que considerasse somente a quantidade de habitantes.
O texto do relatório apresenta foco bastante incisivo na aplicação dos critérios deixados em toda a extensão da abordagem. A comissão trabalhou com afinco e não mediu esforços em contribuir com o alcance do objetivo principal que foi a APLICAÇÃO
DOS CRITÉRIOS apontados. Apesar da não utilização de critérios, da aglutinação de outros e do ajustamento de outros, do início ao fim o relatório enfatiza a necessidade de aplicação dos critérios. Corrobora isso a utilização do verbo APLICAR com suas variáveis (aplicável, aplicados, aplicá-lo), por 12 vezes na extensão do relatório. Já o substantivo APLICAÇÃO é uma constante em 22 ocasiões, praticamente em todas as páginas do trabalho.
Ao final, senhor presidente, a comissão fez um diagnóstico, que pode ser útil para iniciar os debates da REESTRUTURAÇÃO da Universidade. Mesmo já tendo sido objeto de matérias em jornais de grande circulação, ele é apenas um primeiro passo para alterar a estrutura da Universidade.
Reestruturar a Universidade é um dever de todos nós. Mas antes devemos dar satisfações, ouvir, refletir e analisar. Como gestores, temos de atuar com responsabilidade pela otimização do serviço público, pelo gasto correto do dinheiro dos impostos da sociedade.
Adelino Soares Santos Machado, professor de Estágio e práticas de ensino, atual diretor da UEG, Câmpus Campos Belos. Dia 14 de maio de 2019.”