Combate à corrupção: Lava Jato é finalista de prêmio internacional no Canadá



A força-tarefa da Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal (MPF), foi um dos três finalistas do “Allard Prize”. 


O prêmio, concedido pela Universidade da British Columbia (UBC), no Canadá, é considerado uma das maiores distinções mundiais para o reconhecimento dos esforços no combate à corrupção e na defesa dos direitos humanos.


A cerimônia de entrega da premiação ocorreu no último dia 28, no câmpus da UBC em Vancouver. 


A Lava Jato foi representada pelo procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa do MPF. 


Alguns estudantes e juristas brasileiros tentam impedir que a Lava Jato recebesse o prêmio, alegando que ela não segue os “princípios do Estado democrático de direito” e cometeu uma série de abusos.


Também disputaram o prêmio, no valor 100 mil dólares canadenses, Khadija Ismayilova, uma jornalista do Azerbaijão que foi presa por fazer denúncias do presidente do seu país, e a advogada egípcia Azza Soliman, cofundadora do Centro para Assistência Legal das Mulheres Egípcias (CEWLA), que também chegou a ser detida em função do seu trabalho. 


A premiação é concedida a cada dois anos. 


As investigações da Lava Jato já duram mais de três anos e foram responsáveis por desvendar um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro gigantesco na Petrobras, a maior empresa do Brasil. 


As apurações revelaram um conluio entre políticos de todos os partidos, incluindo o intocável ex-presidente Lula e atual presidente Temer e empresários do setor de construção civil do país para fraudar e superfaturar contratos com a estatal e abastecer campanhas eleitorais de partidos como PT, PMDB e PP.


A premiação reconhece os esforços para combater a corrupção no Estado brasileiro que tanto mal faz ao país.


Estudantes e entidades ligados à esquerda protestaram 

Desde o início do mês, estudantes brasileiros enviaram cartas para a comissão organizadora do prêmio, a diretoria da Faculdade de Direito e a reitoria da UBC, para contestar a indicação da força-tarefa do MPF como um dos finalistas.


Uma organização de juristas brasileiros, chamada de Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia, também se manifestou e enviou cartas à universidade. 


Fazem parte do grupo nomes do como o ex-procurador e ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão.


Tanto os acadêmicos quanto os juristas defendem que a Lava Jato não segue os princípios do Estado democrático de direito, cometeu uma série de abusos considerados ilegais e inconstitucionais nos últimos anos e por isso não merece receber a honraria. 


O principal questionamento dos dois grupos é o que eles consideram “falhas” na condução dos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Para os estudantes, não há como explicar por que a Lava Jato se encaixa nos critérios do prêmio, já que a operação vem sofrendo inúmeras críticas no Brasil. 


Na justificativa da indicação como finalista, o comitê do “Allard Prize” diz que “o trabalho da força-tarefa levou à elaboração do projeto de lei anticorrupção, apoiado por mais de 2 milhões de cidadãos brasileiros, e ressalta a mensagem de que todos são iguais perante a lei e que até mesmo cidadãos poderosos serão responsabilizados por seus atos.


Com informações da Gazeta do Povo

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