Ministro e Pastor é pego com a “boca na botija”. São R$ 6 milhões em propina



A Procuradoria-Geral da República está analisando mais uma conversa gravada pelo empresário Joesley Batista. 

Seria a prova de pagamento de propina ao ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, do PRB.


Só para lembrar: Marcos Pereira é presidente nacional do PRB e bispo licenciado da Igreja Universal. Hoje ministro da Ciência e Tecnologia, do governo Michel Temer (PMDB).


A gravação foi publicada no site da revista Veja. Nela, o empresário Joesley Batista conversa com o ministro Marcos Pereira. No diálogo, o ministro evita falar a palavra dinheiro (Propina). 


Fala apenas em números, mas o empresário cita a palavra saldo e indica que estão tratando de repasse de propina.


Joesley:  Deixa eu te falar,  cê aqui, você lembra? Eu não lembro mais a conta..
Marcos: 650
Joesley: Como que era?
Marcos: Não da última vez..
Joesley: Quanto era o saldo? Não lembro mais…
Marcos: Ah, pera um minutinho…
Joesley: 650… Ah…
Num trecho mais à frente, eles falam de valores maiores.
Joesley: 1.730 dividido por três.
Marcos: 576
Joesley: Mais umas três vezes nós mata essa ****
Marcos: Pode ficar tranquilo
Joesley: ****, o fluxo caiu…
Marcos: Imagino
Joesley: Cara, o fluxo caiu. As lojinha tá vendendo menos. E eu agora só tô pegando as lojinhas nossas.


A Procuradoria-Geral da República ainda não se manifestou em relação a esse diálogo, porque ainda vai analisar o teor e o contexto em que foi gravado. 


Foi Joesley Batista quem entregou a gravação ao Ministério Público Federal. Seria a prova do que ele disse em sua delação premiada.


Em depoimento aos procuradores da Lava Jato, Joesley contou que combinou de pagar R$ 6 milhões em propina ao pastor Marcos Pereira, do PRB. Em contrapartida, o ministro teria ajudado a JBS na liberação de empréstimo na Caixa Econômica Federal.


Joesley disse ainda que a negociação começou em 2015, quando Marcos Pereira era presidente do partido. E que parte da propina foi paga no ano passado. Pereira assumiu o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços em maio de 2016.


“O Marcos Pereira me procurou, falei está bom, está certo, 6 milhões. Marcos, como é que a gente faz? A gente conversando ali, já tava confusão de Lava Jato, não sei o que. 


Durante o ano de 2016 eu fiz pagamentos de R$ 500 mil. Fui eu diretamente que fiz a ele. 


De R$ 500 mil em dinheiro eu fiz para ele. Enfim, de tempos em tempos ele me cobrava, me mandava mensagenzinha. Tudo bem, e tal? Eu já entendia que era, né? E aí à medida que eu ia conseguindo eu combinava com ele lá em casa e tal, e foi sendo feito”, disse Joesley.


Joesley também entregou aos investigadores mensagens de texto trocadas com Marcos Pereira pelo celular. 


O empresário continua preso e pode perder os benefícios do acordo de delação. Essa decisão ainda será tomada pelo Supremo Tribunal Federal, mas as provas apresentadas na delação continuam válidas.


O ministro Marcos Pereira é alvo de um inquérito aberto no STF em outro caso, relacionado às delações da Odebrecht. 


Os delatores afirmaram ter feito repasses de R$ 7 milhões para o PRB. O pagamento teria sido feito diretamente ao ministro Marcos Pereira.


A assessoria de Marcos Pereira declarou que o ministro não vai comentar o que chamou de gravações ilícitas, e que os advogados vão provar que ele é inocente.


Como assim, pastor? 


O senhor não deve nenhum explicação ética ao seu rebanho?


E aos demais brasileiros? o senhor é ministro. A gravação é seríssima. É propina das brabas. 


Com informações da Agência Globo


Ouça abaixo o cometário do jornalista Boechat sobre o caso do Bispo ministro de Temer.

Deixe um comentário