Doença da leishmaniose tem matado em Monte Alegre de Goiás, inclusive na comunidade Kalunga. Prefeitura está negligenciado a situação, diz leitor.





“Boa tarde Dinomar Miranda,

Desde o início do ano e também na administrações anteriores o município de Monte Alegre de Goiás vem se mostrando negligente com o combate á leishmaniose. 


Não temos prevenção, informação e nem veterinário para o combate à doença. Pessoas estão morrendo no município de Monte Alegre de Goiás, em destaque no Kalunga e até mesmo na cidade. 


Peço que divulgue esse fato, para que se some com as cobranças da Câmara de Vereadores, para que talvez com a opinião pública pressionando o Executivo Municipal tome providências.

Hoje mesmo está sendo velado mais uma vítima no município. 


Foi cobrado na Câmara pelo Vereador Severo e também pelo Vereador Felipi Campos.” 



O que é Leishmaniose?


Você sabe o que é esta doença? Sabe que ela pode afetar os cães, os gatos e o homem? Sabe que na maior parte dos estados brasileiros os cães infectados são eutanasiados? Sabe que mesmo assim o número de pessoas infectadas vem crescendo?


Para se ter uma ideia da abrangência desta doença, levantamentos informam que no mundo há 400 mil novos casos anuais da Leishmaniose, sendo que 12 milhões de indivíduos já foram infectados pelo menos uma vez e outros 350 milhões estão expostos aos mosquitos transmissores. 


Somente no Brasil, entre cinco e dez mil pessoas são infectadas anualmente, sendo que cerca de 10% não sobrevivem.


Leia aqui mais sobre esta grave e alarmante doença e aprenda como evitar que sua família e seus animais de estimação se contaminem.


Três tipos de Leishmaniose


Existem três tipos de Leishmaniose, sendo que apenas dois deles ocorrem no Brasil. A forma mais grave é a chamada Leishmaniose Visceral Americana, também conhecida como Calazar. 


Nos seres humanos, essa doença causa graves lesões no fígado e no baço se disseminando por todo o corpo, podendo levar à morte se o paciente não tiver com o sistema imune em pleno funcionamento – como ocorre nos portadores de HIV, crianças menores que cinco anos de idade e idosos.


Como ocorre a transmissão


Apesar do que se ouve por aí, o “vilão” dessa história não é o cão doméstico e sim o mosquito-palha (flebotomíneo Lutzomyia). Essa espécie de inseto sai em busca de alimento durante a noite (principalmente uma hora após o pôr do sol). 


As fêmeas do mosquito picam o indivíduo contaminado com a Leishmania (os mais susceptíveis são o cão, o gato e o homem) e ao picarem outro indivíduo inoculam o parasita em sua pele. Este se reproduz em células chamadas macrófagos e se dissemina pelo corpo.


O cão é considerado o principal propagador da doença entre humanos porque o maior número de casos registrados ocorreu justamente em locais onde há prevalência desta espécie animal. 


Contudo, os gatos também podem adoecer e transmitir a Leishmaniose Visceral, mas para isso precisam ter alguma outra doença que afete seu sistema imune. Já os cães, mesmo sadios, podem pegar a infecção.


O que fazer com os cães infectados: como proteger a família?


Até o início deste ano, a legislação brasileira proibia o tratamento dos cães infectados com produtos destinados para uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Portaria 1426/2008). 


No Brasil não há medicamentos de uso veterinário para o tratamento da Leishmaniose canina. Assim, o destino dos cães infectados era a morte por eutanásia, pois como reservatórios do parasita eles não poderiam ser liberados pelo veterinário responsável para voltarem para casa.


A alegação do Ministério da Saúde para esta decisão é a de que a terapia canina não surtiria o efeito desejado (de impedir que o animal se curasse totalmente e de evitar que ele se infectasse novamente com o parasita). 


Além disso, para o órgão, o tratamento dos cães infectados poderia selecionar Leishmanias mais resistentes aos remédios de uso humano.


Contudo, no final de 2012, o Tribunal Regional Federal da Terceira Região de São Paulo inteligentemente declarou esta portaria ilegal. 


Com isso, a Justiça Federal entende que somente a erradicação do mosquito vetor da Leishmaniose é a solução para acabar com essa infecção. Portanto, se não houver medidas de prevenção e controle do mosquito, não adianta matar os animais infectados (seria o mesmo que eutanasiar os humanos doentes). 


Tratar os cães infectados não os cura da doença, mas eles deixam de ser transmissores da Leishmaniose. Assista ao vídeo e tire todas as suas dúvidas com um médico-veterinário, especialista no assunto. 

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