Prêmio Jabuti: Bate papo com a escritora Alessandra Roscoe. As memórias afetivas dos pais e avós

Por Aline Rogers

A Milena guarda as poesias que o pai escrevia. O Marcos, as idas ao mercado na garupa da bicicleta do avô. A Alyssa, a primeira vez que viu o rostinho das filhas. O Josué, as festas juninas com a família reunida em torno da fogueira. 


A Janaína, a estante cheia de fitas cassetes que ela ouvia na companhia do pai. A Márcia Valéria, os piqueniques de aniversário do avô na Quinta da Boa Vista.

Sexta-feira à tarde (21) foi dia de abrir o baú das lembranças e ser invadido por um sentimento bom, de pertencimento, de saudade, de nostalgia, de afeto. 
De ter o coração aquecido e ganhar aquele sorriso no canto da boca, de sentir o gosto daquela comida da infância e do cheiro do perfume da avó, rememorar as historinhas que a mãe contava, o beijo que curou machucado e jurou amor eterno.
“Caixinha de guardar o tempo”, evento online promovido pelo Programa Ser Mais, em comemoração ao Dia dos Pais, trouxe a escritora e jornalista Alessandra Roscoe para um momento de literatura, de música e interação com os servidores. 


A escritora começou sua apresentação com a leitura do seu livro com o mesmo nome da palestra. 
Com a mediação do jornalista Dinomar Miranda, servidores participaram enviando por escrito suas memórias mais queridas, por meio da plataforma Zoom. 


Foi um bate-papo sobre o tempo e sobre as lembranças, tesouros preciosos que todos guardamos dentro de nós.

Já outros preparam a caixa de memória dos filhos com relatos de tempos que eles não vão se lembrar no futuro, como a Aline Rogers, que criou uma conta de e-mail para a filha quando ela nasceu e envia, de vez em quando, historinhas do cotidiano da família, fotos e percepções. 


No futuro, a menina receberá a senha da conta e terá um relato de como foram seus primeiros dias sob a ótica materna.

Seja como for, Alessandra ressaltou a importância da construção e manutenção dessas memórias afetivas, especialmente nesses tempos tão difíceis de distanciamento social. 


A atividade foi um convite à reflexão sobre como estamos usando nosso tempo e como estamos estabelecendo nossas memórias em família.

Carolina Araújo participou do evento junto com a filha Clarice, de oito anos. “De início, achei que ela não ia prestar muita atenção, mas quando vi, ela estava chorando de emoção. 
Fiquei muito tocada ao ouvir os relatos de meus queridos colegas. O evento me proporcionou uma ótima sensação de proximidade. Foi lindo!”


Com texto do STM

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