Julgamento de acusados da morte do ex-prefeito Zé da Covanca é marcado para o próximo dia 10

O juiz  Antônio Fernandes de Oliveira, da 4ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida, de Goiânia (GO), marcou para o próximo dia 10 de fevereiro, próxima quinta-feira, o julgamento dos acusados da morte do ex-prefeito de Monte Alegre de Goiás, Zé da Covanca.

A sessão do tribunal do júri está prevista para iniciar às 08h30, no auditório do Fórum Cível de Goiânia, na Avenida Olinda, Park Lozandes. Diversas testemunhas das defesas e da acusação já foram notificadas.

O crime aconteceu em 1999 e o ex-vice-prefeito Antônio Pereira Damasceno é acusado de organizar o assassinato.

O julgamento do caso chegou a ser iniciado no final de outubro passado, mas foi novamente adiado.

A sessão chegou a ter início com a presença dos acusados José Roberto Macedo Pinheiro, Floriano Barbo Rodrigues Neto e Luiz Carlos Medeiros – o réu Antônio Pereira Damasceno se ausentou.

Contudo, o juiz do 4º Tribunal do Júri suspendeu as atividades após dois réus (José Roberto e Luiz Carlos) alegarem não ter advogados, “pois não tiveram tempo para tanto”.

De acorco com a ata do Tribunal de Justiça, José Roberto declarou, ainda, que não tinha confiança no defensor público dele. Após suspender os trabalhos, o magistrado deu dez dias para os acusados nomearem advogados. Caso isso não ocorra, o próprio juiz escolherá os defensores públicos.

Quem são os acusados:

Antônio Pereira Damasceno, conhecido por Toinho;
José Roberto Pinheiro Macedo, o Zé de Filó;
Floriano Barbo Rodrigues Neto;
Luiz Carlos Medeiros, conhecido por participar do sequestro de Wellington Camargo, irmão dos cantores sertanejos Zezé Di Camargo e Luciano.

José Roberto e Luiz Carlos foram os acusados que não apresentaram advogados, sendo que o primeiro disse “não ter confiança em que o defensor escolhido patrocinasse sua defesa”.

Conforme as investigações, o então prefeito foi encapuzado e morto a tiros na porta de sua casa. Todos os quatro acusados respondem por homicídio cometido mediante pagamento ou promessa de recompensa e praticado à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima.

Em nota, o advogado Ronaldo David, responsável pela defesa de Floriano Neto, informou que nos autos não existem provas tarifadas e periciadas da participação do acusado como suposto mandante do crime.

Disse ainda que ele estava atuando como policial no dia do ocorrido.

Participação dos acusados

Antônio Pereira Damasceno
De acordo com a denúncia do Ministério Público, ele era vice-prefeito do município e foi denunciado como mandante do crime. A denúncia apontou que ele estaria rompido politicamente com a vítima e, com a sua morte, tinha a perspectiva de assumir a prefeitura da cidade.

José Roberto Pinheiro Macedo
Ainda conforme a denúncia, o acusado José Roberto foi servidor público na administração da vítima e havia sido demitido do cargo, se associando a Antônio Damasceno, apontado pelo MP como mandante do crime. Ainda segundo o MP, ele foi o responsável por “agenciar a contratação e o transporte dos pistoleiros para a cidade”.

Floriano Barbo Rodrigues Neto
Floriano também havia sido demitido do cargo que ocupava meses antes do crime, era policial civil na cidade e, conforme a denúncia, auxiliou na empreitada, emprestando seu veículo para que José Roberto levasse mantimentos aos pistoleiros.

Ele, mesmo sabendo que o crime ocorreria, permaneceu em silêncio, descumprindo, de acordo com as investigações, seu dever como agente de segurança pública.

Luiz Carlos Medeiros
Na época, ele era conhecido como assaltante e sequestrador e, conforme o MP, participou do sequestro de Wellington Camargo, irmão dos cantores sertanejos Zezé di Camargo e Luciano. Segundo a denúncia, ele foi um dos três pistoleiros contratados para matar o então prefeito de Monte Alegre de Goiás.

De acordo com as investigações, foi prometido pagamento para executar o crime, bem como informações sobre transporte de dinheiro para as prefeituras da região.

No entanto, o MP não explicou o desfecho dos outros dois atiradores que teriam sido contratados para o crime.

Julgamento cancelado em 2016

Os acusados seriam julgados em agosto de 2016, na comarca de Campos Belos, que abrange Monte Alegre, mas o júri foi suspenso por decisão do juiz Eduardo Pio Mascarenhas depois que alguns jurados foram procurados por parentes dos réus.

De acordo com o MP, houve a mudança de foro do julgamento, por suspeita de quebra de imparcialidade do corpo de jurados. Com isso, o julgamento desta quinta-feira aconteceria em Goiânia.

O Tribunal de Justiça explicou ainda que, geralmente, a demora deve ter ocorrido por questões de inquérito e recursos.

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