MP do saneamento básico está na pauta da Câmara dos Deputados
Foi aprovada pela comissão mista do Congresso Nacional e está na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados a Medida Provisória que altera o marco legal do saneamento básico no Brasil.
Como se trata de uma Medida Provisória, as normas previstas no texto já estão em vigor desde a publicação no Diário Oficial da União, em julho de 2018.
Para o relator da proposta, senador Valdir Raupp (MDB-RO), o objetivo da nova legislação é “garantir maior segurança jurídica aos investimentos no setor de saneamento básico”.
De acordo com o governo federal, a medida vai “garantir maior segurança jurídica aos investimentos no setor de saneamento básico e aperfeiçoar a legislação de gestão dos recursos hídricos”.
Após a aprovação pelos membros da comissão mista, o texto segue para análise do Plenário da Câmara dos Deputados. Caso seja mais uma vez aprovado, vai para votação no Senado Federal.
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Na avaliação do diretor de relações institucionais da Associação Brasileiras das Operadoras Privadas de Saneamento, ABCON, Percy Soares Neto, as mudanças impostas pela MP contribuem para a redução de custos do poder público, uma vez que algumas companhias são dependentes dos orçamentos dos estados.
“No momento em que eu crio condições para que essas operações possam ser executadas por companhias privadas, eu desobrigo os estados de fazer alguns investimentos e o estado fica na condição de regulador”, explica Percy.
A Medida Provisória também abre espaços para investimentos privados.
A proposta
A Medida Provisória 844/2018 prevê que a Agência Nacional de Águas (ANA) tenha competência para elaborar normas nacionais para os serviços públicos voltados à área de saneamento básico.
Parlamentares e especialistas que defendem a medida acreditam que a alteração na norma vai gerar uma harmonia nas diversas regras regulatórias instituídas por estados e municípios.
“Nós estaremos criando possibilidade de investimento privado nessa área que carece de um investimento altíssimo, algo em torno de R$ 500 bilhões para que a gente possa levar água a todos os brasileiros”, afirmou Hildo Rocha, deputado federal pelo MBD.
Isso seria possível porque o projeto prevê a necessidade de abertura de licitação para obras de água e esgoto. Até a edição da MP, era permitido às prefeituras realizarem esses trabalhos com empresa pública sem licitação.
Pelos termos da MP, a ANA também fica responsável pela atuação nas áreas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem urbana.