1500 acordos firmados entre Samarco e pescadores vítimas da tragédia de Mariana são modificados durante recesso judicial de fim de ano
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Três anos após a tragédia de Mariana, o descaso em relação às indenizações das vítimas parece não ter fim.
Cerca de 1500 acordos entre a Renova e os pescadores foram modificados por decisão judicial da 12ª Vara Federal de Minas Gerais, durante o recesso judicial de fim de ano (27/12), e sem que nenhum dos pescadores interessados fosse ouvido.
Isso porque depois de formalizar e assinar os acordos desde janeiro de 2018, a Samarco vinha pedindo à justiça a modificação do que havia se comprometido a pagar aos pescadores.
Uma dessas compensações se referia ao auxílio financeiro – espécie de pagamento mensal a cada família pela perda em suas atividades econômicas – que agora vai ser descontado das indenizações, contrariando o que fora acordado.
“Com essa mudança, não somente os 1500 acordos já realizados devem ser afetados, mas todos os outros quase 7500 que aguardam na fila, levando o caso a se arrastar por mais longos anos na justiça”, ressaltou Leonardo Amarante, advogado representante das Colônias e da Federação que reúnem cerca de 9 mil pescadores afetados no Espírito Santo e em Minas Gerais. “Obviamente vamos recorrer dessa decisão”, complementou o representante.
A tragédia de Mariana completou três anos em novembro de 2018 e deixou 19 mortos, cidades inteiras destruídas e perda de biodiversidade sem precedentes.