Arraias (TO): Ex-diretora técnica diz que não cometeu fraude: “cumpro 40h pela função e mais 20h como plantonista”
A médica e ex-diretora técnica do Hospital Público Regional de Arraias (HPRA), Maria Angélica Salazar, procurou a redação do Jornal do Tocantins após denúncia que estaria assinando pontos sem cumprir plantões para apresentar a sua versão da história.
A médica afirma que em nenhum momento cometeu fraude. “Em dezembro me chamaram para assumir a direção técnica, que são 40 horas de trabalho. Essa função tem deveres de organizar escalas, resolver problemas com equipamentos, ambulâncias e outras questões técnicas. Não tem nada a ver com o trabalho no pronto socorro”, relata a médica.
Entretanto, para continuar no Pronto Socorro, a profissional passou a atender mais 20 horas de plantão, totalizando 60 horas.
A médica ainda afirma que sua função na direção técnica cobra dedicação integral. “Ligam-me de madrugada, final de semana e feriado. Inclusive nas minhas férias eu fui para o Hospital resolver problemas relacionados à diretoria”, relata.
Conforme a profissional, em março ela recebeu a orientação do RH da unidade hospitalar para assinar a escala como diretora e como plantonista a partir do mês seguinte. Anteriormente, conforme apresentado em documentação pela médica ao JTo, a médica somente assinava as escalas como plantonista.
“Antes eu assinava somente a escala do pronto socorro. Mas me orientaram a assinar a escala na diretoria técnica para evitar problemas com minha função para a qual fui designada sem ônus. Até questionei se isso não me daria problema, mas me garantiram que não, que era somente para oficializar”, relata.
Documentação
No início de junho, a médica denunciante, que não quis se identificar, tinha relatado que a diretora técnica do HPRA “compareceu para prestar serviços como médica em apenas três plantões de 12 horas cada no mês de abril”, porém “assinou folha de ponto como se tivesse prestado carga horária completa (60 horas)”.
Em contrapartida, Maria Angélica apresentou à reportagem duas documentações diferentes: a escala assinada como diretora técnica e a escala dos plantões de todos os médicos, inclusive dela, ambas de abril.
Um Termo de Declarações chegou a ser emitido pela Promotoria de Justiça Comarca de Arraias, entretanto o órgão ainda não tinha instaurado o processo.
Ao procurar o Jornal do Tocantins, o advogado da médica Maria Angélica, Rubens Martinelli, informou que encaminharia toda a documentação comprovando que não houve fraude ao Ministério Público.
“Sou filha de médicos que sempre dedicaram a vida toda à medicina e dessa forma procuro agir, tanto nos plantões como na função da diretoria. Estou tranquila em relação a esse acontecimento e disposta a prestar qualquer esclarecimento caso o MPE solicite.
Em 6 de junho, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) havia informado que não tinha sido notificada da ação e que a diretora técnica tem vínculo para cumprir 20 horas, as quais estavam sendo cumpridas e atestadas pela direção da unidade hospitalar.