Projeto investiga impactos do manejo do fogo em Unidades de Conservação do Tocantins

Pesquisa foca na dinâmica do fogo, seus impactos ecológicos e estratégias de manejo para conservar a vegetação e o solo

Com o objetivo de avaliar a dinâmica temporal e o comportamento do fogo, projeto de pesquisa contemplado no edital do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt) realiza estudo em três importantes unidades de conservação do Tocantins: Área de Proteção Ambiental (APA) Jalapão, APA Serra do Lajeado (APASL) e Parque Estadual do Jalapão (PEJ).

A pesquisa, que já realizou levantamentos de campo na APA do Jalapão, busca aprofundar o entendimento sobre os efeitos do fogo na vegetação e no solo, e, ainda, propor estratégias de Manejo Integrado do Fogo (MIF).

Conforme a responsável pela pesquisa, Damiana Beatriz da Silva, o estudo também aborda a estimativa de variáveis florestais e ambientais, com destaque para o impacto do fogo no balanço de carbono e na ciclagem de nutrientes. As informações coletadas ajudarão a desenvolver técnicas de monitoramento e diagnóstico que devem contribuir para a preservação do bioma Cerrado.

Compreensão do fogo como ferramenta de conservação

Segundo a pesquisadora, o Manejo Integrado do Fogo é uma estratégia que considera o uso controlado do fogo para evitar incêndios descontrolados e promover a regeneração do solo e da vegetação. “Esse tipo de manejo é fundamental em regiões como o Jalapão, onde o fogo, quando bem controlado, pode ser usado para reduzir a biomassa seca e proteger áreas vulneráveis”, explica Damiana Beatriz.

A próxima etapa do projeto inclui levantamentos de campo na APA Serra do Lajeado e no Parque Estadual do Jalapão. As unidades de conservação, além de serem patrimônio natural do Tocantins, representam importantes refúgios para espécies do Cerrado e desempenham um papel essencial no equilíbrio climático regional.

Edital

Lançado em 2022, pelo Naturatins e Fapt, o edital de pesquisa para Unidades de Conservação tem por objeto o apoio a projetos de pesquisa aplicados ao conhecimento, monitoramento, manejo, uso e proteção da biodiversidade, do patrimônio cultural e dos recursos naturais em Unidades de Conservação estaduais. Foram destinados R$ 1,3 milhão, e cada projeto recebeu até R$ 100 mil.