Almas (TO) comemora seus 61 anos de emancipação em grande estilo e participação da Comunidade

Uma noite que ficará marcada para a população almenses, quando o município completou seus 61 anos de emancipação política e independência administrativa, a comunidade de Almas, comemorou na noite desta sexta-feira (13) e quinta-feira (14).


O aniversário da cidade, uma das mais importantes do Sudeste Tocantinense, contou com apresentação de shows musicais, presença de autoridades locais, regionais e estadual, queima de fogos e grande show dos “Barões da Pisadinha”. 

Já no dia seguinte foi a vez dos munícipes receberem os shows com a cantora Taísa Marques e a Banda Top 10.

No virar do relógio a meia-noite, quando a Banda Municipal subiu ao palco para apresentar sua homenagem a aniversariante. 


Ao lado de sua esposa, a primeira dama Elisete Barbosa, do vice-prefeito, Nery Ribeiro e esposa, Lena Cardoso e demais autoridades politicas, o prefeito Wagner Nepomuceno, o “Waguinho”, enfatizou o sentimento de gratidão pela passagem do aniversário. 

“Tenho orgulho em ser filho desta terra a qual hoje sou representante, aclamado pelo povo e outorgado por Deus. Hoje comemoramos 61 anos de emancipação da nossa querida Almas. 

Essa festa foi preparada para vocês com muito carinho. Uma festa com entrega de obras para nosso povo, obras estas realizadas com zelo pelo dinheiro público. E podem esperar que teremos muito mais”, afirmou o prefeito.

O deputado estadual Nilton Franco representou os deputados federais Carlos Gaguim e Vicentinho Júnior. 


O evento contou também com a presença dos prefeitos de Dianópolis, Padre Gleibson Moreira, de Porto Alegre do Tocantins, Rennan Cerqueira e de Rio da Conceição, Mauro Júnior. 


HISTORIA DE ALMAS

Existem relatos que por volta de 1610 a 1730, com as Bandeiras e as Missões Religiosas, presentes no interior do Brasil, estas passaram por esta região particularmente pelo local onde hoje sedia a cidade de Almas, onde já existia Aldeias de Índios.

Mas a história registra, que foi em 29 de setembro de 1734, a chegada ao lugar dos primeiros moradores de fato, tendo à frente o português Manoel Ferraz de Araújo, que percorria a região a procura de ouro. 


Seu primeiro nome foi São Miguel das Almas. Ainda no século XVIII, a Coroa de Portugal, procurando garantir sua arrecadação aqui na capitania de Goiás, instalou postos de fiscalização e arrecadação dos tributos incidentes sobre animais em trânsito de uma capitania para outra. 

Assim como os “registros”, fiscalizavam o ouro, as contagens eram especializadas na tributação de gado e outros animais. Contudo, fiscalizavam e arrecadavam outros tributos de quem ali passasse. 

“Contagem” foi um termo usado pela primeira vez em Minas Gerais para designar a “Contagem do Ribeirão das Abóboras, origem da cidade de Contagem naquele Estado. No Estado de Goiás, os fiscais eram chamados de “contageiros”.

Em 1798, a Rainha D. Maria I determinou a extinção desse cargo, unificando-o com o cargo de “Fiel de Registro”. Almas teve seu posto, denominado “Contagem das Almas”, que foi mencionado pelo Padre Luiz Antônio da Silva e Sousa, mas este posto já existia em 1780.

Em 1710, chegaram nesta região os Bandeirantes para fazer exploração de ouro. Para o município de Almas – TO, veio o Bandeirante Bernardo Homem, que explorou ouro utilizando mão–de-obra escrava, tanto dos negros trazidos da Bahia e Pernambuco, como dos Índios que viviam na Aldeia. 


Foi a partir deste período, com a mistura de Negros, Índios e Portugueses, que começou o povoado propriamente dito.

Apesar de ter chegado ao local depois do português Manoel Ferraz de Araújo, o português Bernardo Homem é considerado o fundador do município, construiu a primeira igreja católica, trazendo de Portugal várias imagens sacras, inclusive a de São Miguel, pois era costume dos bandeirantes, levarem para cada povoado que surgia uma imagem Sacra para abençoar os novos povoados. Ele deu o nome ao local de Arraiá de São Miguel das Almas.

Com o evento da Independência do Brasil, em 1822, Bernardo Homem e seus escravos garimpeiros foram obrigados a abandonar as minas de ouro do Arraiá de São Miguel das Almas, e regressarem a Portugal, por ordem da Corte, conduzindo somas altíssimas em arroubas de ouro.

Terminada a fase febril da extração do ouro, o povoado entrou em decadência por um longo tempo. A recuperação demográfica e econômica somente aconteceu décadas depois com a introdução e criação de gado em algumas fazendas do município.

Este município, de acordo com o livro Geografia Histórica da Província de Goiás, de Raimundo José da Cunha Matos, consta que está a 14 (quatorze) léguas ao oriente da Natividade: consta 73 casas humildes; Igreja de São Miguel mui pobre. 


O Rio Manoel Alves fica três léguas distante do Arraial, que é freguesia. Tem uma Companhia de Ordenanças, e daqui ao registro do Duro há dez léguas. Consta ainda que a Comarca de Goiás é composta de Serras elevadas, e a maior parte delas escalvadas ou com pouca vegetação, uma das principais montanhas é a seguinte: Serra Negra, ao norte do Rio Traíras no julgado deste nome, terá seis léguas de extensão.

Na época, o ouro, o que por motivo de sua cor parda chamaram de podre, foi motivo de imensas desordens no tempo do Governo de Tristão da Cunha e Menezes. Riqueza imensa foi encontrada no Arraial de São Miguel e Almas e nas terras de D. José de Matias, ainda pelo Bandeirante Bernardo Homem.

FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA

Distrito criado com a denominação de Miguel e Almas, pela lei provincial nº 15, de 10-11- 1854, subordinado ao município de São José do Ouro.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Miguel e Almas, figura no município de São José do Ouro.

Pela lei estadual nº 428, de 21-06-1913, o distrito de Miguel e Almas foi transferido do município de São José do Ouro para o município de Natividade.

Nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920, o distrito de Miguel e Almas, figura no município de Natividade.

Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.

Pela lei estadual nº 557, de 30-03-1938, o distrito de Miguel e Almas tomou a denominação simplesmente de Almas.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, figura no município de Natividade o distrito de Alma (ex-Miguel e Almas).

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1955.

Elevado à categoria de município com a denominação de Almas, pela lei estadual nº 2.094, de 14-11-1958, desmembrado de Natividade. Sede no antigo distrito de Almas. Constituído de 2 distritos: Almas e Rio da Conceição, ambos desmembrados do município de Natividade. Instalado em 01-01-1959.


Fonte: Tribuna do Interior

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