Ucranianos se defendem com caltrops, utilizados por guerreiros na Idade Média
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Por conta da invasão da Rússia na Ucrânia, uma loja na cidade de Rivne disse que está produzindo em larga escala caltrops — estrepes de metal pontiagudos que eram utilizados por guerreiros na Idade Média.
Agora, porém, eles têm como proposta ajudar ucranianos a se defenderem.
Normalmente, os itens fabricados pela oficina Workshop “Art of Steel”, especializada em artigos medievais, servem apenas para cosplays e fantasias. Porém, a empresa divulgou em 1º de março, em sua página no Facebook, que os caltrops estão sendo usados no atual conflito bélico.
“Um pouco de ajuda para melhorar a defesa da nossa cidade”, diz a publicação, que mostra uma foto com vários desses estrepes. “Todas as oficinas da cidade servem como elementos de barreira.”
Como funcionam
Essas armas de aço pontiagudas são projetadas para bloquear estradas, estourar pneus e ferir patas de cavalos que conduzem carruagens.
Segundo o projeto arqueológico norte-americano Jamestown Rediscovery, os espinhos afiados são dispostos de um modo que, quando um caltrop é jogado ao chão, uma de suas pontas perfurantes sempre aponta para cima.
No passado, os caltrops costumavam ser lançados e espalhados em uma grande área, segundo o site Medieval Britain. Como são armas pequenas, os exércitos inimigos que avançavam não podiam detectar sua presença até que fosse tarde demais.
Uso de caltrops na história
Esses itens de defesa eram usados na Europa desde os tempos da Roma Antiga. Eles chegaram a fazer parte do arsenal de Alexandre, o Grande, já em 331 a.C. Os romanos chamavam os estrepes de tribulus ou murex ferreus (ferro irregular).
O exércitos de Grande usaram os caltrops na Batalha de Gaugamela, na qual o governante persa, Dario III, saiu derrotado. Na Idade Média, soldados de infantaria optavam por lançar os estrepes porque eram relativamente mais baratos do que outras armas medievais e também bastante eficazes.
Arqueólogos já encontraram caltrops em uma vala em Jamestown, nos Estados Unidos, ao redor do Forte James, datado do século 17. O local foi construído por colonos ingleses que desembarcaram na região em maio de 1607, sofrendo ataques de resistência dos indígenas Powhatan.
Editado por Dinomar Miranda, via Revista Galileu