Arraias (TO): uma crônica, uma festa, uma crítica
Durma Mamãe ….!!!
Primeiro dia de carnaval, 22 de fevereiro de 2020.
Nesta festividade a juventude, com raras exceções, desnudam-se completamente. As máscaras, ao contrário de serem expostas, são deixadas ao lado. Os resquícios de pudor e civilidade, dão lugar a bestialidade e arrogância.
Horda de jovens, homens e mulheres, ainda na faze de formação corporal e psíquica entregam-se sem receio e pudor a todo tipo de vícios e exageros.
Durma mamãe.- Mas como? Só posso rezar!!! E gritar pela boca de minha alma, parafraseando Castro Alves:
“Deus! Ó Deus, onde estás que não respondes?
Em que estrela em que mundo tu te escondes?
Embuçado nos céus?- “ Mas Deus não se esconde, nem se embuça, Ele já deixou as leis universais prontas, como a lei da ação e reação, esses jovens tresloucados de hoje, sorverão o cálice de justiça Divina muito em breve. Reze, como sempre faz.
É essa e similares, as marchas carnavalescas das pobres mães aflitas, excruciadas por filhos desalmados, que há poucos anos foram recebidos com tanto amor e carinho na alegria inocente dos pais que viam nesses rebentos um futuro promissor de prosperidade e esperança.
Quantas vezes, vendo a mãe esse seu filho doente, não ajoelhou-se ao pé de sua cama pedindo ao Pai celestial a restituição de sua saúde e restabelecimento imediato?
Lembra-se mãezinha? Quando certo dia Deus queria levar seu filho, com mais ou menos dois aninhos? E você louca de amor pediu a Ele chorando que te levasse, mas poupasse o seu anjinho?
“Ó mãe do cativo! Que fias à noite
A roupa do filho na choça de palha!
Melhor tu farias se ao pobre pequeno
Tecesse o pano da branca mortalha!
Durma mamãe, sussurra um anjo do Senhor! Responde:
Não posso, ele chega já. Leda esperança, a companhia dos amigos vale mais que a comburente dor da mãe! Por fim o sono lhe domina o corpo fraco e cansado.
Mas a mãe acoberta tudo, aguenta tudo calada, não deseja que seu filho seja taxado de ladrão, compreendo, o coração de uma mãe expande-se na proporção do sofrimento que um filho lhe causa.
Lembro-me de um exemplo: Um jovem, semelhante aos desvairados de que estamos tratando, enveredou-se pelos descaminhos da vida e teve a vida ceifada por vampiros espirituais “encostos”.
No cemitério e proferiu o seguinte:
“-Ouço o teu apelo desesperado, meu filho, choro as suas lágrimas sem consolo e a saudade me punge a alma sombreia as minhas horas terrenas, já sem esperanças, porque tu eras a minha alegria, o meu tesouro. Sou responsável pela tua aflição e sei que ela é um inferno a destruir-te, a pouco e pouco, fazendo-te arder em chamas ininterruptas.
Empenharei tudo pela tua libertação, meu anjo crucificado, mesmo que o meu seja o contributo do deperecer das minhas forças até a exaustão da vida, libertar-te-ei de ti mesmo e da chusma de algozes impenitentes que te levaram a insânia do suicídio e te excruciam ainda, vampirizando-te e enlouquecendo-te..
Ofereço-me, meu filho, pela tua libertação. Mesmo que por todos desprezado e ferido, eu te amo e aqui estou ouvindo-te e vendo-te a chamar-me , sem palavras, com o pensamento desvairado, que me encontra…
“Victor Hugo”.
Como podemos observar o amor incondicional da mãe para com seu filho, transcende a vida terrena, cresce, expande-se e se ilumina até após a existência terrena.
Ah, se os filhos amassem suas mãezinhas somente a metade do que elas lhes amam, o mundo seria outro…
Qual será o futuro dessa juventude? O tempo passa rápido, como diz Gregório de Matos:”
Nasce o sol e não dura mais que um dia!
Depois da luz, se segue a noite escura,
Em triste sombra, morre a formosura
Em contínuas tristezas a alegria…
Queremos enfatizar aqui mais uma vez, que existem, graças a Deus, exceções na juventude atual. Conheço diversos jovens, progressistas, obedientes e respeitosos, trilhando o caminho do bem.
– Não se lembram mais de serem cavalheiros gentis e respeitadores com seus pares, sem pudor algum no primeiro encontro, saem se gabando de haverem “ficado ” com sua namorada.
Pergunto aos senhores: Como serão os filhos dessa geração atual?- Com certeza piores, mais desalmados, indiferentes e desumanos-Porque pais desse nível não podem dar bom exemplo aos seus descendentes. Pois bem, é aí que entra a lei da AÇÃO E REAÇÃO, que lhes falei antes.
Espero que essas humildes palavras toquem os corações de alguns jovens e os façam refletir sobre a responsabilidade e a caridade de poderem dizer com amor e afeição: DURMA MAMÃE, DURMA PORQUE EU ACORDEI PARA A VIDA…
Laerte Rocha. Arraias (TO), 23 de fevereiro de 2020; às 5:19 da manhã…
5 comentários sobre “Arraias (TO): uma crônica, uma festa, uma crítica”
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Que maravilha de resenha, muito bem descrito uma situação que é real e perigosa ao passo que as drogas dominam os jovens de minha terra Natal.
Eis a pergunta que não quer se calar: Qual será o futuro dessa juventude?
Sábio poeta,conterrâneo, que esses versos adentrem, sobretudo, o coração dos jovens arraianos.
Ótima crônica, uma pena que alguns jovens estão cegos, surdos…triste realidade.
Triste realidade…parabéns ao escritor dessa crônica.
É UMA TRISTE RALIDADE,QUE NOS CERCAM.EU AGRADEÇO AOS MEUS PAIS,PELA CRIAÇÃO RÍGIDA QUE TIVEMOS,MAS GRAÇAS A DEUS,TODOS PROSPERAM PELO CAMINHO DO BEM.E SOU GRATO A DEUS TAMBÉM,PELOS MEUS FILHOS,QUE JAMAIS ENVEREDARAM PELO CAMINHO DA PERDIÇÃO.HOJE,SINTO ORGULHOS DOS MEUS FILHOS,TODOS FORMADOS E BEM DE VIDA.