Comandante do Exército diz que coronavírus é ‘a missão mais importante de sua geração’. Mais uma autoridade em descompasso com Bolsonaro


O comandante do Exército brasileiro, general Edson Pujol, afirmou nesta terça-feira, 24, em vídeo distribuído pela corporação, que a crise do coronavírus “talvez seja a missão mais importante de nossa geração”. 

“Vivemos o enfrentamento de uma pandemia que exige a união de todos nós brasileiros. O momento é de cuidado e de prevenção, mas também de muita ação por parte do Exército brasileiro”, afirmou o general. 


O pronunciamento, que durou 4 minutos e teve mais de 40 mil visualizações em duas horas, mostra a gravidade com que o tema está sendo tratado pela Força e contrasta com as declarações e pronunciamentos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro, que insiste em chamar a covid-19 de “gripezinha”.


O Exército participará da operação conjunta concebida pelo Ministério da Defesa por meio do Estado Maior das Forças Armadas. Foram estabelecidos dez comandos conjuntos, que dividem o País. 

Oito deles estarão a cargo de generais do Exército e dois de almirantes – Natal e Salvador. Hoje, tropas do Exército saíram às ruas em Vitória (ES) a pedido da prefeitura da cidade para auxiliar as forças de segurança locais a conscientizar a população a permanecer em casa. 

O motivo da atuação é que o caráter coercitivo do Exército é muito maior do que o de uma guarda municipal para mandar as pessoas saírem das ruas.

“Após rápido e minucioso exame da situação, que se mostra extremamente dinâmica, diretrizes foram expedidas pelo Comando do Exército e, em nível setorial, pelo Comando de Operações Terrestres, pelo Departamento de Pessoal e pelo Departamento de Educação e Cultura”, afirmou Pujol. 

No caso das escolas militares, só as que funcionam em regime de internato continuam com aulas, as demais estão com ensino a distância.

A mensagem do comandante foi gravada antes do pronunciamento presidencial e sem que Pujol soubesse o que Bolsonaro ia falar na TV à noite, quando voltou a desprezar a pandemia e seus efeitos. 

Até a noite desta terça, a covid-19 já havia deixado 46 mortos no Brasil e infectado ao menos 2.201 pessoas. 

“Uma de nossas responsabilidades com a Nação nesse momento de crise é que nossa tropa deve manter a capacidade operacional para enfrentar o desafio e fazer a diferença. Talvez seja a missão mais importante de nossa geração.”

De acordo com Pujol, estão ainda sendo tomadas medidas para proteger a saúde dos militares. 

“Os integrantes do sistema de saúde são os nossos combatentes da linha de frente. Esses profissionais estão dando exemplo de coragem e comprometimento contra a doença”. 

O comandante também se dirigiu à reserva e aos familiares de militares. “Contamos com a ajuda de todos. 

O momento exige união e organização, cuidado especial com a nossa saúde e com a dos que nos cercam para que possamos superar mais este desafio.”
Por fim, o general deixou claro que o Exército estará preparado para garantir a ordem caso seja necessário. 

“O braço forte atuará se for necessário. E a mão amiga estará mais estendida do que nunca aos nossos irmãos brasileiros. Se a nossa Pátria amada está sendo ameaçada, lutaremos sem temor”, concluiu o comandante.

Dos militares que vão comandar as ações contra a doença, sete serão os comandantes de área. 

Assim, em São Paulo, esse posto caberá ao comandante militar do Sudeste. 

A exceção será no Nordeste, pois a região foi dividida em três. Ali haverá três comandos, dois da Marinha e um do Exército. Outras estruturas do Exército serão mobilizadas.

Os cenários com os quais a Força e o Ministério da Defesa estão trabalhando contemplam a pertubação da ordem durante a pandemia. Eles foram traçados pela área de inteligência das Forças Armadas. 

O Exército espera atuar apenas como “mão amiga” de Estados e municípios, mas estará preparado para ser o braço forte, uma alusão ao seu lema, para impor a ordem. 

O plano de mobilização para a crise está a cargo do Ministério da Defesa. 

Dentro desse esforço, o Exército está se preparando para cuidar de doentes e atuar no transporte de materiais, suprimentos e equipamentos, em apoio logístico às autoridades civis.

Com texto do Estadão 

3 comentários sobre “Comandante do Exército diz que coronavírus é ‘a missão mais importante de sua geração’. Mais uma autoridade em descompasso com Bolsonaro

  1. Bolsonaro está visando somente a economia, pouco importa a vida dos brasileiros,ele quer que nós trabalhadores voltemos a trabalhar porque parados a economia também para. Aí fica um monte de bolsonaristas achando que ele fala para voltarmos as nossas atividades porque está preocupado com o nosso bem estar, hipocrisia deste cara que chamamos de presidente, ele sabe que com a população parada não vai gerar dinheiro para os grandes empresários, na qual é uma classe que ele sempre defendeu.

  2. Até quando teremos que suportar essa espécie horrorosa, desqualificada e agressiva que está no Palácio do Planalto. O Brasil não merece isso! Esse doente mental envergonha o Brasil perante o mundo.
    O pior é a quantidade de gado que o segue.
    Se assim continuar, teremos em breve uma terrível crise social, porque já temos a crise política, econômica e logo a total desestabilização institucional. O membro do gado que ler esta postagem dirá que sou petista, comunista, esquerdista, etc. Estamos longe da civilização. Parabéns ao general!

  3. EMPRESA FALIDA TEM RECUPERAÇÃO, POREM EMPRESARIO FALECIDO NÃO TEM RESSURREIÇÃO

    ATT EDIJALDO

Deixe um comentário