Bolsonaro diz que fará churrasco no próximo sábado para ‘uns 30 convidados’


Posso falar a vontade do presidente Jair Bolsonaro, porque está sob as minhas costas a responsabilidade de ter votado nele e de defendê-lo por toda a campanha.



Bem que poderia ter um sistema do Tribunal de Superior Eleitoral de “desvoto”. Assim, quem votou e ficou arrependido poderia “desvotar”. Certo?!

Em razão disso, o governante que faz muita “arte”, para ser cortês com o senhor Jair, o governante (prefeito, vereador, governador, deputado, presidente da República) poderia perder o mandato, se quantidade de votos dele cair abaixo de 50%, conforme a quantidade de “desvoto”. 

Seria uma solução maravilhosa; nem precisaria de impeachment.
 

Esse lero-lero todo foi para dizer que todos os dias  o nosso presidente da República apronta mais uma de suas gaiatices, como “menino buchudinho”, não se importando com a gravíssima situação sanitária do país. 

Se você não acha gravíssima, pergunte a quem perdeu um parente para a Covid-19 ou para quem passou apertado numa UTI, entubado.

Pois bem, contrariando mais uma vez as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) de isolamento social durante o período de pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (que está sem partido até hoje; foi abandonado pelo PSL) afirmou que fará um churrasco no próximo sábado (9), para cerca de 30 convidados.


“Vou fazer churrasco sábado aqui em casa. Vamos bater um papo, quem sabe uma peladinha. 

Devem ser uns 30 (convidados). Não vai ter bebida. Vai ter vaquinha, R$ 70,00″, afirmou o presidente ao retornar no final do dia para o Palácio da Alvorada.

O presidente também avisou que quer visitar a mãe dele daqui a umas duas semanas. 

A mãe do presidente mora em Eldorado, região do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo, a 248 quilômetros da capital paulista.

Desde a decretação do estado de emergência em razão da pandemia, o presidente Bolsonaro tem tido vários compromissos no final de semana contrários às recomendações de isolamento social.

Em Brasília, ele já visitou o comércio local, causando aglomeração em regiões administrativas da capital federal e participou de manifestações favoráveis ao seu governo e contrárias ao Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal.


Com informações da Agência Folha


Presepada no STF


A visita extemporânea de Jair Bolsonaro ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, provocou forte reação dos ministros da Corte. Ouvidos pela coluna, três magistrados utilizaram termos fortes e pejorativos para qualificar o gesto do presidente da República. Por exemplo: “Presepada”, “molecagem” e “pegadinha”.

Acompanhado de ministros e empresários, Bolsonaro atravessou a Praça dos Três Poderes para fazer uma “visita de cortesia” a Toffoli. Coisa agendada de última hora. Toffoli estava em casa. Teve de se deslocar às pressas. O pretexto da visita foi o de informar ao Supremo que a política de isolamento social adotada na crise do coronavírus empurra as empresas para o colapso.

“Se estivesse na presidência do Supremo, não sairia da minha casa para uma presepada dessas”, disse um dos ministros. Foi ecoado por um colega: “O que o presidente fez pode ser classificado como uma molecagem. Ele tenta transferir para o Supremo uma responsabilidade que é dele.”

Um terceiro magistrado avalia que “Toffoli foi vítima de uma pegadinha”. Ele esmiuçou o raciocínio: “O presidente da República pediu para ser recebido. Por civilidade, o Toffoli concordou. De repente, o presidente do Supremo viu-se no centro de uma transmissão ao vivo, ouvindo queixas sobre um problema que cabe ao Executivo gerenciar, não ao Judiciário. Isso não é sério.”

Os três ministros concordaram num ponto: Bolsonaro agiu com o intuito deliberado de transferir para o Supremo a responsabilidade pelos efeitos econômicos da crise sanitária —exatamente como faz com governadores e prefeitos.

Concordaram noutro ponto: o Supremo não eximiu Bolsonaro de responsabilidades ao reconhecer no mês passado, em decisão unânime, que estados e municípios têm poderes para tomar providências como o isolamento social e o fechamento do comércio durante a pandemia.

O próprio Toffoli, no encontro desta quinta-feira, exortou Bolsonaro a coordenar o gerenciamento da crise a partir de Brasília, “chamando os outros Poderes, chamando os estados, representantes de municípios.” Insinuou que talvez seja necessário compor “um comitê de crise” para discutir a volta ao trabalho.

Dois dos ministros avaliaram que Toffoli não foi suficientemente enfático nas suas intervenções. “Deveria ter dito claramente que os visitantes estavam no lugar errado”, disse um deles.

E o outro: “É preciso esclarecer, de uma vez por todas, que o Supremo não age senão quando provocado. E as matérias relacionadas à crise sanitária só chegam a nós porque viraram um problema. O presidente da República precisa perguntar a si mesmo se deseja ser parte do problema ou se prefere ser parte da solução.”


Com texto de Josias de Sousa, do UOL

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