Assalto nas bombas. Litro da gasolina passa de R$ 3,00 em Campos Belos

Revolução???

Que o Brasil é o celeiro do mundo, isso ninguém duvida.

Tem a maior biodiversidade do planeta e o maior potencial enérgico entre todos os países.

É inovador na produção de combustíveis limpos e alternativos.

Estas são premissas irrefutáveis.

Tem uma outra premissa tão verdadeira quanto as anteriores.

Este país tem o maior número de picaretas, gatunos e espertalhões de todos os continentes.

A prova mais inconteste é a questão do combustível, usado por milhões de brasileiros diariamente.

Capitaneado pela Petrobrás e por uns poucos empresários, este setor da economia é dos mais perversos e malandros do mercado.

Há dez anos, quem imaginaria que o etanol estaria no mesmo valor do litro da gasolina.

Pois é. O inimaginável chegou.

Aqui em Brasília se paga um dos combustíveis mais caros do país e não tem muita opção na hora de abastecer, em virtude da pouca variação de preços. Cartel ? eles negam veementemente.

Neste mês, o litro da gasolina chegou a R$ 2,88 e o do álcool atingirá, hoje, R$ 2,84 na maioria dos postos.

Só não é mais caro do que em Campos Belos, nordeste de Goiás, a 400 km do Distrito Federal e municípios próximos, onde a gasolina está cravada, há mais de mês, a R$ 3,05.

E lá deve subir mais ainda esta semana.

Um absurdo sem tamanho. Um acinte, um roubou escancarado que estão praticando contra os consumidores.

E pior, não há justificativas para os seguidos e abusivos aumentos.

O empresariado do setor afirma que é a entressafra da cana.

“Faltou cana no mercado, não há estoque, houve aumento do número de veículos e, portanto, a demanda puxa os preços”, dizem.

Esta é uma justificativa tola e conversa “engana-bobo”

O que o ocorre neste setor da economia se resume numa só palavra: ganância.

O governo, que tem o poder único de controlar os gananciosos, nada faz.

Ao contrário, por intermédio da estatal Petrobrás, não regula os estoques e incrementa aumentos velados na calada da noite.

O Brasil está para se tornar um dos maiores produtores de petróleo do mundo e já é um líder na produção do etanol.

A promiscuidade entre governo, produtores de álcool, distribuidores e donos de postos de combustíveis tem histórico.

A mais escandalosa ocorreu no pró-álcool, na década de 70.

Empresários do Pró-Álcool, na hora no aperto, souberam pedir socorro ao governo

O Programa Nacional do Álcool foi desenvolvido para substituir em larga escala os combustíveis veiculares derivados de petróleo por álcool, financiado pelo governo do Brasil a partir de 1975 devido a crise do petróleo em 1973 e mais agravante depois da crise de1979.

O Programa começou a ruir à medida que o preço internacional do petróleo baixava, tornando o álcool combustível pouco vantajoso tanto para o consumidor quanto para o produtor.

Para agravar o problema, o preço do açúcar começou a aumentar no mercado internacional na mesma época em que o preço do petróleo baixava, fazendo com que fosse muito mais vantajoso para os usineiros produzir açúcar no lugar do álcool.

E por causa disso, começou a faltar regularmente álcool combustível nos postos, deixando os donos dos carros movidos a combustível vegetal sem opções.

Essas sucessivas crises de desabastecimento, aliadas ao maior consumo do carro a álcool e o menor preço da gasolina, levaram o pró-álcool a descrença geral por parte dos consumidores e das montadoras de automóveis.

Desde então, a produção de álcool combustível e de carros movidos a esse combustível entraram em um declínio que parecia não ter fim, chegando ao ponto de a maioria das montadoras não oferecerem mais modelos novos movidos a álcool.

Apesar do pioneirismo brasileiro no ramo do álcool combustível, a “volta” do carro a álcool foi possível por causa de uma tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos, tecnologia essa que conhecemos hoje por bi-combustíveis, ou somente “flex”.

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