Seríssimo: Perillo recebeu 500 mil de Cachoeira, diz Polícia Federal
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O inquérito da Polícia Federal na Operação Monte Carlo indica que intermediários do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, entregaram “grande quantia de de dinheiro” para o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), no Palácio das Esmeraldas, sede do Poder Executivo local.
Gravações telefônicas realizadas pela PF no dia 10 de junho do ano passado flagraram o contador de Cachoeira, Geovani Pereira da Silva, informando ao chefe que estava enviando, via dois assessores, uma caixa de computador “com aquele negócio” para ser entregue no Palácio.
Tratava-se de dinheiro, segundo trecho de relatório da PF intitulado “Entrega de dinheiro no Palácio do Governo de Goiás”.
O agente responsável pela análise observa que era preciso cruzar as informações com dados da movimentação financeira da quadrilha.
“Provável grande quantidade de dinheiro”, escreve o policial no relatório, ao qual o Estado teve acesso.
De acordo com as investigações, os dois auxiliares de Cachoeira que combinaram a entrega do dinheiro são Gleyb Ferreira da Cruz, apontado como braço direito para assuntos financeiros da quadrilha, e o ex-vereador do PSDB de Goiânia Wladimir Garcez Henrique – ambos presos em fevereiro.
As gravações telefônicas da PF mostram que Gleyb buscou o dinheiro com Geovani e se encontrou com Wladimir, que já estava esperando no Palácio das Esmeraldas.
Todos os passos dos auxiliares eram monitorados por Cachoeira. As gravações dos registros da PF foram veiculadas na internet pelo blog Quidnovi, do jornalista Mino Pedrosa, no início da noite de ontem. Segundo ele, o montante enviado por Cachoeira a Perillo somava R$ 500 mil.
As conversas indicam que houve um atraso no encontro. Marcado para as 13h, a reunião entre os auxiliares de Cachoeira e o governador teve que ser adiada para depois das 16h.
Wladimir explicou para Gleyb, por telefone, que uma pessoa identificada como “tenente”, provável integrante da equipe de segurança de Perillo, o informou que o governador ainda não confirmara o horário do encontro.
“Estou o esperando o tenente me ligar. Eu até já liguei lá e ele falou: ‘Wladimir, o governador inclusive falou pra você daqui a pouco vim pra cá (sic), mas não falou que horas, não’.
Como eu estou enrolado, eu falei: ‘Não, tenente, vê aí pra mim que você marca e eu chego em menos de 20 minutos’”, diz o ex-vereador para Gleyb, que já estava levando a caixa de computador entregue por Geovani.
Publicação Original: Jornal O Estado de São Paulo
Quem primeiro publicou a notícia da propina foi o jornalista Mino Pedrosa, em seu Blog, inclusive com todos os áudios da Polícia Federal e a documentação da PF. Confira toda a documentação aqui.