Pobreza no Tocantins: “Estadão não mentiu e nem foi preconceituoso”



O Estadão não mentiu em sua análise e nem foi preconceituoso ao mostrar uma verdade nua e crua. 


A diferença é que os pobres dos lixões dos grandes centros são mostrados todos os dias, inclusive nas novelas da Globo. 


Nosso sertanejo que morre de sede todo ano, que esta sendo expulso pelo avanço da soja e do eucalipto sobre seu espaço a mídia local esquece, não mostra de maneira alguma. 


Ademais a reportagem só mostrou uma parte bem pequena do problema. 


Não citou por exemplo as grilagens de terras, fraudes em documentos e a expulsão dos camponeses em nome desse “pseudo – desenvolvimento”. 


Prova que a resposta do Portal de Noticias T1, circulada hoje apenas consolidou a verdade da reportagem. 


Ambas (tanto a do Estadão como a resposta do T1), merecem elogios, pois tratam do mesmo assunto mas com visões políticas diferentes. Aos que criticam o Estadão, fica o convite para conhecer os sertões do Tocantins que estão sendo tomados pela Soja e o Eucalipto. 


Ou discutiremos esse tema agora no momento em que está ocorrendo a ocupação desse espaço ou daqui a vinte anos quando os rios estiverem mortos, as cidades cheias de favelas e o AGROHIDRONEGOCIO reinando nos chapadões onde localizam as nascentes. 


Ai meus caros amigos será tarde!! Querem pagar pra ver? Então, esse é o momento de pensarmos que tipo de desenvolvimento queremos ao nosso Tocantins. 


Esse desenvolvimento queira ou não, passa pela orientação política dominante no estado desde a sua criação, e pelo que estamos assistindo seguirá os mesmos caminhos por exemplo do Oeste da Bahia, onde os rios estão desaparecendo e a agricultura predatória já está recorrendo aos lençóis subterrâneos (poços artesianos) para irrigar café tipo exportação. 


Assim também será o futuro do Tocantins, e diga – se um futuro sem volta. 


Valmir “Crispim” Santos
Geógrafo, Professor da Rede Estadual do Tocantins
Mestrando em Geografia e Ordenamento do Território pela
Universidade Federal de Goiás.

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