Monte Alegre realiza o “Reinado de Nossa Senhora do Rosário”, uma verdadeira festa da cultura brasileira

Rei e Rainha da festa em 2010

Desde do último dia 11 de julho, a cidade de Monte Alegre de Goiás, a 350 km de Brasília, no nordeste do estado, está realizando o tradicional “Reinaldo de Nossa Senhora do Rosário. 


Neste ano, será a 275ª edição, que tem como “Rei”, Gustavo Ribeiro; como “Rainha”, Karina Ramos; e como Capitão de Mastro, Bruno Santana. 


O evento é uma festa religiosa organizada pela Paróquia da cidade, com a coordenação do Padre Luiz Antônio.  


O primeiro evento deste ano ocorreu no dia 11, com uma carreata com a imagem de Nossa Senhora do Rosário, para o início da novena. 


Até o dia 19, está programada missa e louvor à Santa, todos os dias, às 19h. 


Na sexta-feira, dia 19, será a vez da grande procissão, com o levante do mastro, e a apresentação da tradicionalíssima dança da súcia ou sussa. 


Os festejos em homenagem a Nossa Senhora do Rosário terminam no sábado, com o super dia 20. 


Logo de madrugada, o primeiro evento acorda o povo da cidade, com o “Despertar da Rainha, com fogos e banda”, às 5 horas da manhã.  


Às 16 horas, será realizado o desfile de cavalaria, congos e súcia, com o “Rei”. 


Uma hora e meia depois será a vez do evento “Caça à Rainha” e às 18 horas, o “Cortejo Real, com o desfile do congado, dança súcia e cavalaria. 


O final dos festejo será coroado com a missa solene, com a apresentação Corte-Real em louvor a Nossa Senhora do Rosário. 








Festejo é um sincretismo religioso dos cultos católicos com as culturas africanas 




Moradores de Monte Alegre dançando a  Sussa ou Súcia

Monte Alegre abriga parte do Quilombo Kalunga, um dos mais importantes do país. 


O congado é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana celebrada em algumas regiões do Brasil.


Trata basicamente de três temas em seu enredo: a vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas, e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras.


A lenda de Chico Rei revela que a origem das festas do Congado está ligada à igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. 


Segundo a lenda, Francisco, escravo batizado com o nome de Chico-Rei, era imperador do Congo e veio para Minas Gerais com mais de 400 negros escravos.


Na sofrida viagem, Francisco perdera a mulher e os seus filhos,sobrevivendo apenas um. 


Chico Rei instalou-se em Vila-Rica, trabalhou nas minas e somando o trabalho de domingos e dias santos, conseguiu realizar a economia necessária para comprar a sua libertação e a do filho,escondendo pó de ouro nos cabelos. 


Chico Rei dançou na igreja para comemorar a libertação. 


Posteriormente, obteve a libertação de seus súditos de nação e adquiriram a mina da Escandideira. Casou-se com uma nova rainha e o prestígio do “rei preto” foi crescendo.




A dança da sussa é parte da festa e herança africana 

Organizaram a irmandade do Rosário e Santa Efigênia e construíram a igreja do alto da santa cruz. 


Por ocasião da festa dos Reis Magos, em janeiro, e na de Nossa Senhora do Rosário,em outubro, havia grandes solenidades generalizadas com o nome de “Reisados”.


Nestas solenidades, Chico Rei coroado, antes da missa cantada,aparece com a rainha e a corte, vestido de ricos trajes; e seguidos por dançarinos e músicos.


Os batedores, na festa, seguem com Caxambu, pandeiro marimbas, canzás em intensas ladainhas.


Instrumentos musicais dão o tom da festa

O Culto


O congado também é conhecido como “congada” ou “congo”, um festejo popular religioso afro-brasileiro mesclado com elementos religiosos católicos, com um tipo de dança dramática na coroação do rei do Congo, em cortejo com passos e cantos, onde a música é o “fundo musical” da celebração.


É um movimento cultural sincrético, um ritual que envolve danças, cantos, levantamentos de mastros, coroações e cavalgadas, expressos na festa do Rosário plenamente no mês de outubro. 


São utilizados instrumentos musicais como cuíca, caixa, pandeiro e reco-reco, os congadeiros vão atrás da cavalgada que segue com uma bandeira de Nossa Senhora do Rosário.


Na antiga capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos,inaugurada no início do século 17, até ser completada em 1750, foi criada a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, para zelar e cuidar das tradições da santa padroeira dos escravos.

É uma dança que representa a coroação do rei do Congo, acompanhado de um cortejo compassado, cavalgadas, levantamento de mastros e música. 


Os instrumentos musicais utilizados são a cuíca, a caixa, o pandeiro, o reco-reco,o cavaquinho,o tarol,o tamboril,a sanfona ou acordeon. 


Na celebração de festas aos santos, onde a aclamação é animada através de danças, com muito batuque de zabumba, há uma hierarquia, onde se destaca o rei, a rainha, os generais, capitães, etc. 


São divididos em turmas de números variáveis, chamados ternos ou guardas. 


Os tipos de ternos variam de acordo com sua função ritual na festa e no cortejo: Moçambiques, Catupés, Marujos, Congos, Vilões,contra-danças,ternos femininos e outros.


Com informações da Wikipédia, a biblioteca livre. 


Kalungas: descendente de escravos em Monte Alegre


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