Vereadores vão à mineradora canadense cobrar explicações. Multinacional demonstrou ter controle político no Tocantins



O ativista social Jefferson Victor, acompanhado de oito vereadores de Goiás, foi hoje à tarde na empresa mineradora canadense MBAC, responsável pela barragem que secou o Rio Bezerra, marco divisor entre Goiás e Tocantins.


A comitiva foi recebida por Waldemir Queiroz, um dos diretores. Segundo Jefferson Victor, ele demostrou muita segurança na conversa e de que está agindo dentro da lei. 


O diretor afirmou que a ANA – Agência Nacional de Águas – teria aprovado o projeto da empresa para a liberação de apenas 90 litros de água por segundo e que levaria a comitiva para ver as condições técnicas na represa. 


Mostrou que a empresa está cumprindo a determinação da ANA e, em princípio, culpou a seca pelo corte da água. 


“Então eu disse que ali estava senhores vereadores, com média de 50 anos, e que nunca tinha visto uma seca tão grande nesse período. 


Depois de muita discussão e da explanação do atual cenário dos ribeirinhos,  o sr. Waldemir prometeu rever o procedimento como forma de resolver o problema da população “, disse Jefferson Victor. 


A conversa, que durou cerca de uma hora, deixou a impressão no diretor de que a comitiva era do estado do Tocantins. “Senti que ele estava muito confiante em desafiar o grupo, baseando-se em leis. 

Só depois de ameças dos vereadores de levar o promotor nas vistorias, ele cedeu e ficou bem mais maleável. Eu e os presentes sentimos que eles mandam mesmo no Tocantins. Parece que se alguém atravessar o caminho deles, os políticos tocantinenses interferem e resolvem. 

Ao ver que eramos de Goiás, o diretor expressou um ar de preocupação e prometeu que ainda nesta semana colocará seus técnicos para resolverem o problema e que prezam pela imagem da empresa”, afirmou Victor. 

Ainda segundo ele, o grupo foi incisivo com o diretor. 

“Cortei várias vezes sua argumentação, alegando que leis e técnicas não resolvem a sede do pessoal, inclusive falei que eles nem sequer preocuparam em ver a situação destas pessoas. 

Disse que famílias pobres costumam ter muitos filhos, e que ninguém consegue pegar água na cabeça para dar banho em tantas crianças.”

O ativista social disse que hoje se cadastrou no G1 (o portal das Organizações Globo) e mandou o link do vídeo. 


“Agora à tarde entraram em contato comigo, pedindo autorização para usarem as imagens do youtube e que vão publicar a matéria ainda hoje”, falou. 
O material também foi enviado para a imprensa e Ministério Público Tocantinenses. 

“A repercussão do caso aqui na região é muito grande. O vídeo, por exemplo, já foi visualizado por mais de 1800 pessoas em 12 horas”, comemorou. 

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