Diretor e coordenadora de escola em Campos Belos são denunciados por fornecer bebida alcoólica a alunos
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O promotor de justiça Paulo de Tarso Brondi, da comarca de Campos Belos, distante 630 km de Goiânia, denunciou o diretor da Escola Municipal Joana Miranda, Ely Barbosa Magalhães, e a coordenadora da unidade, Eliane Pereira dos Santos, por crime praticado contra criança e adolescente, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Os dois educadores teriam permitido o fornecimento de bebidas alcoólicas aos estudantes da instituição de ensino.
A pena fixada pelo fornecimento de produtos que possam causar dependência física ou psíquica a crianças e adolescentes é de dois a quatro anos de detenção e multa.
O Ministério Público requer, a título de medida cautelar, a suspensão da função exercida pelos dois acusados, bem como a retenção total ou de um terço de seus vencimentos, a serem depositados em conta judicial.
O crime aconteceu durante uma festa em homenagem aos professores, no dia 11 de outubro, e foi relatado ao Ministério Público pela coordenadora da escola apenas no dia 1º de novembro.
Durante a confraternização, o diretor teria fornecido cervejas aos adolescentes presentes.
A professora, ao presenciar toda a cena, omitiu-se no seu dever de vigilância e não informou o fato às autoridades do município, comparecendo ao órgão responsável apenas cerca de 20 dias após o ocorrido.
Ouvida em declarações, a educadora narrou a forma como os fatos aconteceram. No mesmo dia, duas adolescentes que compareceram espontaneamente à promotoria também foram ouvidas.
De acordo com elas, o diretor da escola autorizou os estudantes presentes na festa a consumirem bebida. Nos dias posteriores, outros jovens foram ouvidos, confirmando a história.
As investigações sobre o caso tiveram prosseguimento a partir do dia 22 de novembro, quando foi instaurado um inquérito civil.
À época, outros adolescentes também foram ouvidos.
Os alunos confirmaram o fornecimento de bebida pelo diretor da escola, mas acrescentaram que a então coordenadora não impediu a ação, apenas recomendou aos jovens que “bebessem pouco”.
Versão do diretor
Em entrevista ao Jornal Opção Online, Ely Barbosa Magalhães afirmou que a denúncia é infundada, e que não ofereceu bebida alcoólica aos estudantes presentes.
“A professora fez a denúncia porque a tirei da coordenação da escola. Tenho todos os outros professores presentes como testemunhas.”
Ely informou que os adolescentes presentes tinham entre 14 e 17 anos de idade.
O educador sustentou ainda que não chegou a presenciar a ingestão de bebidas com teor alcoólico pelos menores. “Se bebeu, eu não vi. Tinha bebida, mas para os professores.
Eu não chamei os alunos, quem chamou foi a então coordenadora para uma apresentação.” O diretor afirmou também que processará a educadora por danos morais e falso testemunho.
Fonte: Jornal Opção, de Goiânia