Copa do Mundo: “Ouro de Tolo”


Flaubert Souza,

Tenho visto, lido e escutado nestes últimos
dias algo mais ou menos assim: “sou brasileiro e não vou torcer contra a seleção”,
“quem for torcer contra  que mude para
outro país”… Vamos lá. Primeiro vivemos em um país que se diz democrático,
onde as diferenças devem ser respeitadas, assim como as opiniões  em suas diferentes realidades. 

O fato é que
os manifestações  são contra os gastos
investidos na estrutura física para a realização da copa, estádios, rodovias,
aeroportos… E quem paga este investimentos?

Segundo um artigo no Brasil, investimentos em educação, saúde, moradia e
segurança são urgentes e necessários para atender a população. Porém, somente
para a realização da Copa de 2014 no país, incluindo custos de construção e reforma de estádios, vias de acesso e transporte, os custos financiados
pelo Governo Federal ultrapassaram 20 bilhões de reais, muito acima dos custos
do mesmo evento realizado no Japão em 2002 e na Alemanha em 2006.

Segundo o jornal Estadão  esse valor está
defasado (há estimativas de que, no final, a conta baterá nos R$ 30 bilhões). 

Isso porque a última atualização da Matriz foi feita em setembro do ano passado
– teve uma atualização em novembro, basicamente para a retirada do documento de
obras que não ficarão prontas até a Copa.

Bem, nada mais significativo
para o imaginário do brasileiro (a) do que a Copa do Mundo 2014 no Brasil. E
neste sentido é importante deixar claro que não somos contrários a copa do
mundo. Seria hipocrisia, porque somos parte deste imaginário cultural. Porem
somos contra ao modelo de cidade corporativa, estruturado em função dos
megaeventos como a copa e as olimpíadas de 2016.

Se há um aspecto positivo
nesta história é a nossa capacidade de organização e critica a partir da ação
política. Somos produtos de nosso tempo, e neste tempo onde o pensamento
hegemônico transforma nossas cidades como cidade-mercado, precisamos pensar na
cidade do possível, da igualdade e justiça social, para as presentes e futuras
gerações, reafirmando o principio da igualdade.

Desculpem os otimistas, mas
com todas as questões acima elencadas o legado da Copa pode ser o “ouro de
tolo”, porque se de fato acreditamos que nós cidadãos e cidadãs comuns vamos
desfrutar da festa, acho que já estamos sendo barrados antes de começar a
festa.

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