Reflexão: o jornalista, a mídia e o pré-Copa do Mundo. A imprensa brasileira jogou contra?



Por Claúdio Dantas, 


Achei muito saudável toda a pressão exercida pela mídia durante a fase de organização da Copa. 


Parafraseando Dilma, não há do que se envergonhar. Se essa mesma mídia é “obrigada” a mostrar que tudo está dando certo agora, é porque cumpriu e continua a cumprir seu papel. 


Jornalismo nunca foi e nem será uma ciência exata, mas torna-se mais necessária quando tentam silenciá-la. Noves fora, o episódio revela que uma fiscalização cerrada sobre nossas autoridades surte efeito. 


O que dirão agora dos atrasos na Transposição do Rio São Francisco, da Transnordestina ou de tantas obras estruturantes que, se concluídas, fariam o Brasil avançar décadas. 


Não há mais desculpas, certo? Afinal, para preparar a Copa, mudou-se a lei, arranjou-se dinheiro, imensas áreas urbanas foram desocupadas e até as temidas licenças ambientais deslizaram suaves nas mesas da burocracia estatal. 


Pelo futebol, a sociedade se mobilizou inteira e agora desfruta de um espetáculo sem retoques. O que falta para fazermos o mesmo com todo o resto? A tutela da FIFA? Espero que não…


Sobre o autor


*Cládio Dantas é um premiado jornalista brasileiro, com passagens em veículos importantes do país, como a Folha de São Paulo e o Correio Braziliense. 


Hoje escreve para a Revista Isto É. 


Em 2007, venceu o Prêmio Esso de Jornalismo, sobre a criação de um serviço secreto dentro do Ministério de Relações Exteriores, que virou tema do documentário Rede Condor, sobre a Operação Condor, exibido pelo canal de TV por assinatura Discovery Channel  


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