Projeto busca fortalecer turismo na Chapada dos Veadeiros. Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás serão os beneficiados
O desenvolvimento do turismo no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, com o fortalecimento do associativismo no território Kalunga, é objetivo de projeto elaborado por técnicos da Goiás Turismo, com investimentos de R$ 612 mil, sendo R$ 600 mil de recursos federais e R$ 12 mil como contrapartida do governo estadual.
O projeto foi um dos sete selecionados pelo Ministério do Turismo, por meio de chamada pública, dentre 24 inscritos.
Os municípios a serem beneficiados no projeto são Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás, que possuem comunidades remanescentes de quilombos, os Kalunga.
A proposta é de qualificar as associações locais para que trabalhem sua gestão com mais profissionalismo e organização, e o turismo da mesma forma – cerca de 250 pessoas serão beneficiadas diretamente. Segundo o presidente da Goiás Turismo, Leandro Garcia, o projeto vai transformar o ecoturismo na região, visando o mercado nacional e internacional.
“Vamos criar onze produtos turísticos, ou roteiros turísticos, integrando cinco comunidades quilombolas. Os visitantes terão roteiros de um a quatro dias de duração, passando por cachoeiras, cânions e pelas comunidades quilombolas. É muito importante valorizar os aspectos culturais, integrando os municípios”, afirma.
De acordo com o gerente de Projetos e Produtos da Goiás Turismo, João Lino, o trabalho terá a duração de 18 meses, e passará pela qualificação do artesanato, da gastronomia, da agricultura familiar e dos prestadores de serviços turísticos. A primeira etapa é a qualificação das associações locais.
Depois será traçado um diagnóstico e posterior levantamento das atividades realizadas na região, dos roteiros e das famílias que são potenciais empreendedoras. “A partir desse momento vamos desenvolver os produtos e oferecer consultoria a todos os envolvidos”, explica.
Quando os roteiros estiverem definidos serão colocados no mercado. O projeto apresentado prevê a criação de site, mapas dos roteiros, aplicativos e material impresso de divulgação, além de criar um manual de turismo em quilombos, que poderá servir de modelo para outras comunidades. “Queremos estender a permanência do turista, aumentar a taxa de retorno e ampliar os destinos visitados”, afirma João Lino.
Um diferencial muito relevante do projeto é que em todas as suas etapas obrigatoriamente membros da comunidade Kalunga serão contratados. “Isso é importante por ser uma fonte de renda para os envolvidos mas, principalmente, para que eles adquiram conhecimento técnico para dar continuidade ao trabalho com eficiência”, ressalta o técnico.
Propostas
Para participar da chamada pública as propostas teriam que beneficiar pequenos agricultores, artesãos, silvicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores que exerçam a atividade pesqueira artesanalmente, indígenas, integrantes de comunidades remanescentes de quilombos e demais povos e comunidades tradicionais, empreendedores individuais, micro e pequenos empreendedores, entre outros.
Para se habilitar, as propostas deveriam atender a critérios como contemplar um município ou região turística integrante do Mapa do Turismo Brasileiro 2013, ter capacidade técnica e operacional para executar o objeto proposto e contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões turísticas que abrangem os doze parques priorizados pelo MTur – atualmente os Parques Nacionais brasileiros recebem 12 milhões de pessoas por ano e faturam cerca de R$ 1,5 bilhão.