Artigo: O vereador é um pedinte para os pedintes; de parlamentar para esmolar


Por Marco Antônio Tavares, 


Eleição para vereador, no interior e nos grandes centros, não tem começo meio muito menos fim. O meio são atribulações no cotidiano do operário da politica Brasil afora.


De chocador de político a mendigo da esmola de muitos que possuem somente a necessidade presente e futuro e busca ajuda a quem quer que seja é a ocupação principal.


O perfil para o cargo de vereador não é muito exigido. Ocupar o cargo geralmente é mais por questões familiares e por sobrenomes tradicionais cultura comum nos pequenos municípios. 


A campanha tem que começar cedo, porque a concorrência é alta e não há companheiro.


Dos integrantes da coligação e até mesmo os já naturalmente adversários de quem não se espera nenhuma facilidade, mas ataques baixos e captação de votos pela lei da maior oferta e outras chantagens.


O candidato ou o já vereador é dono, mas não manda no que é seu. Entrega sua casa e carro para ser usado pelos seus eleitores ou potenciais.


A incerteza e a desconfiança marcam a jornada diária, nada conquistado antes da eleição, nem mesmo seus proventos é seu integralmente.


Uma receita aqui, uma conta de água, de luz, cesta básica, gasolina, peças, consultas e viagens e deslocamento de pessoas para a zona rural e tantos outros pedidos como empregos e cargos, obrigando o vereador a se ver em um leilão de quem paga mais por apoio nas bases nas eleições para deputados estaduais, e consequentes aqueles terceirizando os vereadores o apoio condicionado ao deputado federal, por isso a confusão de siglas partidárias.


O vereador é de um partido, apoia um para deputado estadual e um deputado federal de outra agremiação, um governador adversário de candidatos para o legislativo.


Uma estratégia necessária para a sobrevivência politica, malabarismo e garimpo de recursos que na maioria não cobre os gastos diários da dura realidade e pobreza que muitos vivem e esses o acesso ao vereador é mais iminente.


Recorre-se então aos amigos e familiares o complemento financeiro e a assessoria barata ou de graça para manter-se no jogo passando a ser um negócio de família e não uma atividade para a coletividade.


E tudo isso acontece sem questionamentos dos eleitores, pois, todos têm seus interesses uma vez que o eleitor não vota verticalmente e isso valida essa prática do vereador.


Da convenção e eleição trata-se apenas de um fechamento do trabalho de anos ininterruptos, uma campanha incessante feito por esse operário que pouco avança politicamente, muitos encerram as carreiras com muitos mandatos por cansaço e desanimados vencidos pelo jogo da politica que a cada dia suas regras mudam junto com o interesse do eleitor.

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