Roda de Prosa: Encontro do PNUD com representantes da Chapada dos Veadeiros



Em pauta os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que serão lançados pela ONU em setembro deste ano. Quais resultados conquistados até agora? O que fazer para melhorar? O desenvolver consciente em pauta.


Por Magali Colonetti, 


Um momento transitório está sendo vivido quando se fala nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). 


São metas intituladas de 8 Jeitos de mudar o mundo e que nortearam ações nos últimos cinco anos. 


Com a chegada do prazo final definido pela ONU, setembro deste ano, o momento é de analisar tudo que foi feito para acabar com a fome e a miséria, para melhorar a educação básica, promover a igualdade entre sexos e valorização da mulher, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde das gestantes, combater a Aids, a Malária e outras doenças, melhorar a qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente e todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento. 


Ubirajara Augusto, assessor da Secretaria Nacional de Relações Politico-sociais, apresentou os resultados dessas ações no Brasil durante a Roda de Prosa da manhã desta terça-feira no Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. 


Em slides ele apresentou dados e afirmou que “na questão Brasil estamos bem. Quando se divide por estados e municípios a realidade é outra. Na média também estamos muito bem, mas a média é perversa. A realidade é outra”, informou. Na opinião de Ubirajara a alternativa para mudar essa realidade é municipalizar as ações. 


Assim seria possível saber realmente a situação de cada área, planejar, colocar metas e desenvolver políticas públicas para as mesmas. Na platéia estavam autoridades políticas de Alto Paraíso, entre elas o prefeito de Alto Paraíso, Alan Gonçalves Barbosa. Ele acredita que não basta apenas municipalizar. É preciso dar condições para agir. “Não dá para municipalizar se o governo repassa só 25% da verba para os municípios e governos”, comentou. Seria apenas repassar a responsabilidade. 


O Secretário Municipal do Meio Ambiente Julio Tacaramby analisa que esse processo faz parte da nova meta do governo que é chegar na ponta das questões e isso é muito difícil, principalmente com o sistemas de organização e de esferas administrativas atuais. 


“A proposta de municipalizar é fantástica, agora a gente tem que saber como vai materializar e operacionalizar essa municipalização. Um município precisa não depender de repasse e sim criar programas próprios que sejam financiados e geridos pela própria comunidade”, opinou. O secretário de Saúde, Júnior Romualdo do Rosário, também acompanhou a prosa. 


Ele acredita que a municipalização já está atrasada e afirmou que o pacto federativo já deveria ter acontecido. “Perceberam que o Brasil não e formado por cidades grandes, mas por cidades pequenas. Nos próximos anos vamos viver a municipalização com muita intensidade”, disse. 


A realidade de Alto Paraíso e Chapada dos Veadeiros 


Ao falar de números relacionados ao ODM, Alto Paraíso está muito bem. Chapada dos Veadeiros também, mesmo sem ter um núcleo de trabalho na região. “Nós não temos um grupo específico, mas participamos de outros programas do governo”, contou Barbosa. 


Para situações como essa uma ferramenta importante de apoio é o Portal ODM. Lá é possível saber a realidade de cada região, acompanhar a agenda de compromissos, as metas alcançadas e o planejamento de diversas prefeituras. Rodas de conversas como a realizada hoje no encontro também são importantes. “Eu acho muito interessante essa provocação da discussão. 


E um momento de qualificar nossa participação na comunidade. Estamos vendo a construção da participação da sociedade civil, e quanto mais qualificada for melhor para o município e melhor para a comunidade. Como gestor eu tenho que me empenhar para ajudar”, concluiu. 


Conversas que geram ação são ainda melhor. E é isso que a Chefe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros Carla Cristina Guaitaneli está propondo. “Já conversei com algumas pessoas para ver como a gente trabalha nesse pós-reunião. Nada mais é do que a integração de diversas forças. Vamos tentar entender o que esta acontecendo para agir depois”, disse. 


É preciso realmente entender o que é preciso


A importância de analisar o que acontece na comunidade existe, pois ações são diferentes para cada situação. “Sabemos que as necessidades de Alto Paraíso e São Jorge são diferentes. 


Assim como em outras localidades. Por exemplo, os indígenas não precisam de cesta básica, eles precisam de terra para plantar seu alimento. Já iniciamos diálogo com os ele, com os quilombolas ainda precisa ser melhorado para entender as demandas de cada comunidade”, explicou Ana Paula Sabino, consultora do programa das Nações Unidas para o desenvolvimento, o PNUD.


Fonte: Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros 

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