Museu de Arraias pode ser fechado





Aberto há quase três anos, o Museu Histórico e Cultural de Arraias, a 413 km de Palmas, está com dificuldades de manter as portas abertas devido à falta de funcionários. 


O Jornal do Tocantins recebeu uma carta da secretária de Cultura do município, Alessandra Cordeiro, denunciando a falta de compromisso do Governo em manter os acordos firmados. 


“O museu só está funcionando porque nossa secretaria funciona lá. Existe o risco de termos que fechar, por isso minha revolta. É um descaso com a nossa cultura”, desabafou Alessandra.


Segundo a carta, no início de 2008, por intermédio da ONG Viva Arraias, a Fundação Cultural do Estado adquiriu um imóvel para funcionamento do museu. Em 2009, o I Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) conseguiu o recurso para a restauração, reforma e adequação do prédio.


Entretanto, somente em 2013 que o museu abriu as portas, após uma parceria entre a gestão municipal e o Governo, por meio da Secretária de Educação e Cultura. 


Por meio de um termo foi cedido o imóvel e servidores para trabalhar no local. Segundo Alessandra, essa equipe de cinco funcionários começou a desenvolver vários projetos. 


Porém, em agosto de 2015, com a separação das secretarias da Educação e de Cultura, ela recebeu um oficio solicitando a volta dos funcionários. “A justificativa era que os servidores não eram da Cultura e que a situação seria resolvida pelo atual secretário, Melk Aquino.”


Mas, conforme a carta, até hoje a situação não foi solucionada. “Já enviei vários ofícios, tanto para a Educação como para a Cultura, mostrando a nossa situação. Mas um fica empurrando para o outro, como se a Cultura fosse uma questão irrelevante”, desabafou. 


Segundo Alessandra, até mês passado ela estava trabalhando sozinha no local. “Não tinha ninguém nem para me ajudar a atender telefone, até que o município cedeu uma auxiliar administrativa.”


Indignada, Alessandra diz que sua preocupação é com a recuperação da cultura na cidade. “Vendo a situação muitas pessoas que fizeram doações estão pensando em pegar as peças de volta. Elas estão preocupadas. 


Estávamos caminhando para um bom resultado. A população estava reconhecendo nosso trabalho”, declarou. Segundo ela, o município não dispõe de recursos financeiros ou humanos para suprir as demandas.


A carta conta ainda que, durante uma conversa informal, o secretário de Educação disse que poderia ceder ao menos dois servidores. “Até hoje nunca foi autorizou esse retorno”, contou. 


Ainda de acordo com o documento, em dezembro, a Secretaria de Cultura informou que naquela quinzena o nome de duas servidoras sairia no Diário Oficial. “Cheguei a conversar com as duas, mas até hoje não saiu.”


Governo


Em nota, a Secretaria da Cultura (Secult) confirmou a existência de um termo, com validade até dezembro deste ano, mas sobre a questão dos funcionários diz: “Sobre a disponibilidade de funcionários para trabalhar no museu, existia um termo de cooperação junto a Educação, uma vez que a Cultura, mesmo com interesse em auxiliar, não dispõe de funcionários para atender a demanda”.


Já a Secretaria da Educação (Seduc), procurada pelo JTo, respondeu: “a Secult poderá atender a sua demanda. É a responsável pelos museus”.


Fonte: Jornal do Tocantins

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