Seu imposto: na planilha de Alberto Yousseff, “162” significava pagamento a prostitutas de luxo
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Planilhas entregues pelo doleiro Alberto Youssef aos investigadores da PGR (Procuradoria-Geral da República), no âmbito da Operação Lava-Jato, apontam pagamentos da ordem de R$ 176,9 mil para o pagamento de prostitutas de luxo aos envolvidos no esquema.
O dinheiro, segundo Youssef, saiu do caixa único mantido por ele com recursos desviados de obras da Petrobras e que também servia para o pagamento de propina a políticos.
Esses pagamentos foram registrados entre janeiro de 2012 e março de 2013. Pela planilha, existem pagamentos da ordem de R$ 107,9 mil destinados a custear prostitutas para o ex-diretor de refino e abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
A suspeita dos investigadores é que Youssef tenha custeado garotas de programa também para outros políticos ou agentes políticos envolvidos na Lava-Jato. Apesar disso, esse detalhe não tem sido alvo de maiores averiguações por parte da procuradoria e da Polícia Federal.
Ao todo, nas planilhas entregues por Youssef à força-tarefa da Lava-Jato existem 27 pagamentos diretamente relacionados a prostitutas. Para identificar esses pagamentos, Youssef utilizou o termo “162”, que, de acordo com o doleiro, é uma referência ao número do endereço do prostíbulo onde essas garotas de programa residiam. Não há identificação se elas eram de Brasília ou de Curitiba.
Mesada para Monik
O maior gasto com prostitutas feito por Alberto Youssef ocorreu no dia 20 de janeiro de 2012, quando ele desembolsou R$ 20 mil para uma acompanhante de luxo. Não existem nomes nas planilhas.
Mas o doleiro explicou aos investigadores que muitos dos programas eram pagos a capas de revistas masculinas e por mulheres conhecidas por desfiles em escolas de samba.
Existem também pagamentos com a nomenclatura “monik” que, segundo Alberto Youssef, era “namorada de Paulo Roberto Costa”. Na verdade, pelas informações do doleiro aos investigadores, Monik era uma acompanhante de luxo ligada diretamente ao ex-diretor da Petrobras.
Na planilha de Youssef, existe um pagamento de R$ 4 mil, realizado no dia 27 de março de 2013, em que ele utiliza a expressão “162” e depois liga o pagamento diretamente a Paulo Roberto Costa. Existem ainda outros 16 pagamentos diretos à “Monik”.
Alguns deles em valores mais altos, como R$ 10,9 mil. Os repasses para “Monik” eram praticamente mensais e ocorreram entre janeiro de 2012 e janeiro de 2013.
Os últimos registros de Alberto Youssef apontam que somente em janeiro de 2013, a prostituta recebeu R$ 20,9 mil que foram desviados da Petrobras, conforme informações do doleiro aos investigadores.
Fonte: Fato On Line