Alvorada (GO): Investigação da Operação Zaratustra será ampliada a partir da análise de documentos recentes
O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por intermédio da Promotoria de Justiça de Alvorada do Norte, apura um suposto desvio de R$ 10,5 milhões dos cofres da prefeitura daquela cidade, no período de 2003 a 2016.
A Operação Zaratustra, desencadeada no dia 3, é resultado de três meses de investigação.
Douglas Chegury observa que foi montado um esquema de transferência de titularidade societária do Posto Serra Bonita, em Alvorada do Norte, para que os prefeitos eleitos pelo grupo político-familiar deixassem de figurar como proprietários da empresa, dando condições de serem realizadas transações comerciais com o poder público.
Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Goiânia, Brasília (DF), Bela Vista de Goiás, Simolândia e Alvorada do Norte, todos expedidos pelo juiz da comarca de Alvorada do Norte, Pedro Henrique Guarda Dias.
As explicações foram dadas pelo promotor de Justiça em entrevista a veículos de imprensa, realizada na sede do Centro de Inteligência do MP-GO, em Goiânia.
Fraudes
As investigações desenvolvidas pela Promotoria de Justiça de Alvorada do Norte revelaram que, entre 2003 e 2016, o Posto Serra Bonita, de propriedade da família Moreira, passou por alterações fictícias do contrato social, tendo o controle acionário sendo transferido sucessivamente a pessoas suspeitas de serem “laranjas” do esquema.
De acordo com Douglas Chegury, as fraudes identificadas, de natureza contábil e societária, se deram com o objetivo de burlar a aplicação da Lei de Licitações, que proíbe a contratação de empresas de propriedade de pessoas que façam parte da entidade licitante, no caso, o município.
A Operação Zaratustra, que contou com apoio do Centro de Inteligência (CI) do MP-GO e do Ministério Público de Contas com atuação junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), realizou busca no gabinete do deputado estadual Iso Moreira, e em sua residência, bem como na casa do assessor parlamentar Carlos Alberto Alves Dourado.
Douglas Chegury explicou que o deputado é suspeito de ser o mentor do esquema, uma vez que foram encontradas várias procurações dando-lhe poderes para movimentar as contas bancárias do posto, entre 2017 e 2018, mesmo ele não fazendo parte do quadro societário da empresa.
Em Bela Vista de Goiás, foi cumprido mandado de busca na residência do também assessor parlamentar Humberto Carlos Teixeira.