MPE denuncia quatro pessoas por fraude de títulos de imóveis rurais em Paranã (TO)
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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE) denunciou à Justiça, na última segunda-feira, 29, quatro pessoas por integrar uma organização criminosa que fraudava títulos de imóveis rurais no município de Paranã.
Segundo a denúncia, o grupo utilizava documentos fraudulentos obtidos junto ao Cartório de Registro de Imóveis de Paranã para criar falsas propriedades rurais, que depois eram revendidas a terceiros.
Foram denunciados à Vara Criminal da Comarca de Paranã Maíra Nunes Paula (suboficial do Cartório de Registro de Imóveis de Paranã), Ricardo Neves Prudente, Rafael Neves Prudente e Raika Bezerra de Melo.
Metodologia
De acordo com a investigação do Gaeco, o grupo agia de forma ordenada e com divisão de tarefas bem definida. Também contava com uma metodologia comum a todas as fraudes praticadas.
Como base para a obtenção das certidões falsificadas de inteiro teor dos imóveis, os denunciados utilizavam o número de matrícula de propriedades rurais realmente existentes.
A partir de uma única matrícula, conseguiam documentar diversos imóveis fictícios.
Desse modo, a matrícula de um imóvel de 310 hectares teria servido de base para a criação de 11 falsas propriedades rurais, que juntas somam mais de 5 mil hectares.
Para operacionalizar as transações, além dos documentos obtidos irregularmente junto ao Cartório, a organização criminosa contava com o suporte de uma empresa de engenharia (Sistema Engenharia Ltda), que estaria registrada em nome de laranjas.
Ao final, a quadrilha tentava regularizar as terras junto ao Itertins e ao Ibama, inclusive com o pagamento de propina a servidores destes órgãos.
A investigação aponta que as terras eram vendidas a produtores rurais para fins de averbamento de reservas legais.
Ou seja, terminavam servindo como reservas legais fictícias, possibilitando a esses fazendeiros a obtenção de licenças ambientais para o desmatamento de suas propriedades verdadeiras.
Participação
O agricultor Ricardo Neves Parente, de Paraíso do Tocantins, é apontado como articulador do esquema criminoso.
Os demais participantes seriam seu irmão, Rafael Neves Prudente; a suboficial do Cartório de Registro de Imóveis de Paranã, Maíra Nunes Paula; e a proprietária “laranja” da empresa Sistema Engenharia Ltda, Raika Bezerra de Melo.
Operação Mocambo
A falsificação de títulos de imóveis rurais em Paranã foi, anteriormente, alvo da operação Mocambo, deflagrada pelo MPE e pela Polícia Civil em julho de 2015.
Na época, oito pessoas foram presas e o Cartório de Registro de Imóveis de Paranã foi colocado sob intervenção.
Em setembro de 2015, a operação Mocambo teve novo desdobramento e mais oito pessoas foram presas, incluindo um servidor do Itertins.
Fonte: MPE-TO