Thiago pega mais 25 anos de cadeia. Desta vez por morte de adolescente


Pelo homicídio duplamente qualificado de Taynara Rodrigues da Cruz, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, o 1° Tribunal do Júri de Goiânia condenou, nesta quarta-feira (18/5), o vigilante Tiago Henrique Gomes a mais 25 anos de prisão. 



A sessão foi presidida pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas, tendo como representante do MP na acusação o promotor de Justiça Rodrigues Félix Bueno.


O crime ocorreu por volta das 20 horas, no dia 15 de junho de 2014, no Bairro Goiá, quando a adolescente de 13 anos conversava com uma amiga na Praça da Bandeira, que fica diante da escola na qual ela estudava. 


Elas foram surpreendidas por Tiago, que chegou em sua motocicleta e atirou. O tiro, dado pelas costas, atingiu o pulmão da vítima, provocando sua morte imediata. 


Na ocasião, Tiago teria mandado a outra jovem correr, pois também seria atingida.


O promotor, em sua sustentação, afirmou não haver dúvidas quanto à autoria do crime, inclusive pela confissão feita por Tiago por duas vezes na delegacia que apurava o caso. 


No julgamento, testemunhas afirmaram ter reconhecido o homem e a moto usada no crime.


Antes da fase dos debates, três testemunhas foram chamadas para falar – Valdir da Silva, testemunha ocular do crime e pai de uma das amigas de Taynara, Marcus Paulo Rodrigues, irmão da adolescente e Lucimar Masson, mãe de uma colega de escola da vítima, que esteve no local minutos após o homicídio.


À distância de 50 metros do local onde Taynara foi morta, Valdir da Silva contou que ouviu o barulho do disparo e chegou a ver o suspeito. “No início, achei que o estampido fosse de algum carro. Contudo, ao olhar para a praça, vi um homem de calça jeans, camiseta preta e capacete preto. Ele colocou a arma na cintura tranquilamente e saiu com calma na moto. Ao passar sob a luz de um poste, vi que a moto era vermelha”, relata.


Ainda conforme relato de Valdir, foi possível reconhecer a imagem de Tiago Henrique na televisão, quando, meses depois, ocorreu o assassinato de Ana Lídia, na Cidade Jardim, com cenas captadas por circuito de segurança e monitoramento. “Eu ando de moto há muito tempo e sei que todo mundo tem uma postura ao conduzir o veículo. Quando vi, não tinha dúvidas que era o mesmo homem”.


O irmão da vítima, Marcus Paulo, relatou as mudanças na rotina familiar após o homicídio: ele voltou a morar com a mãe, para ajudá-la na recuperação do luto. O jovem contou que chegou à cena do crime poucos minutos após. “Taynara não tinha envolvimento com drogas ou brigas. Era uma menina tranquila, que tinha sonhos de crescer. Mas foi tirado tudo isso. Agora, estamos ainda nos acostumando com a dor, com a ausência dela”, conta, entre lágrimas.



Lucimar também esteve no local do homicídio e foi uma das primeiras pessoas a acudir Sara, a amiga de Taynara, que estava junto ao corpo da vítima. “Sara estava muito nervosa, nós, inclusive, levamos ela para sua casa depois. Ela falou que chegou um homem numa motocicleta vermelha e atirou na Taynara. Ele disse que era pra ela correr, se não, morreria também”, relatou a mulher em depoimento. 


Já foi condenado a 192 anos


Tiago Henrique Gomes já foi condenado em outros sete processos por homicídio, um por roubo e outro por porte ilegal de arma de fotos, cujas penas já chegam a 192 anos de reclusão. 


De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás, há ainda outras 27 decisões de pronúncia em que o vigilante é apontado como autor.


Fonte: MPGO


Leia mais


‘Dor é grande’, diz irmão de garota morta por motociclista em Goiânia

Deixe um comentário