Água do Rio Mosquito: uma “doce” ilusão, promessas evasivas que têm alimentado campanhas políticas



Por Jefferson Victor,


A cidade de Campos Belos sempre passou por problemas de abastecimento de água potável.


Nos anos setenta, a população local utilizava água dos córregos que cortavam a cidade, usava-se de forma generalizada para lavar vasilhas, roupas e até mesmo para consumo, isto, em função da precariedade no abastecimento.


Existia naquela época, uma única torneira em frente ao Supermercado 2000, onde formavam-se filas intensas, havia muita disputa e as vezes até brigas por conta do número de recipientes que muitos levavam e que demoravam muito pra encher em função da pouca pressão da torneira ali localizada.


Em seguida a Saneago abriu poços para fornecimento, porém eram insuficientes para atendimento da população, as ligações de água eram limitadas e muitos recorriam a padrinhos políticos para terem o privilégio de receber este liquido tão precioso e essencial à sobrevivência dos seres vivos.


Já nos anos noventa, inaugurou-se a estação de tratamento do Rio Montes Claros, e com isto houve uma grande oferta do produto, com capacidade para atender todas as moradias do setor urbano.


Não há dúvidas que foi um grande avanço para a cidade, porém não houve uma análise preliminar sobre a qualidade da água, a qual constatou-se após a conclusão do projeto, ser de má qualidade, em função da salinidade, o que obriga grande parte da população a buscar fontes alternativas para beber, muitos utilizam água mineral, porém os menos favorecidos não podem usufruir deste produto em função do alto custo.


Diante da situação, muitos políticos viram ali uma oportunidade de angariar votos prometendo a tão sonhada água do Rio Mosquito, e o povo, diante da real necessidade, elege esses representantes, alimentando o sonho de um dia poder ter água de qualidade em suas residências.


Canos foram enterrados, dezenas de carretas descarregaram esse produto no pátio próximo ao antigo Crisa.


Tudo  fruto de enganação, passado o período eleitoral, a empresa contratada bateu em retirada e mais nada foi feito para conclusão dos trabalhos.


Campos Belos não tem força política, não há nenhuma resposta ao anseio da sociedade com relação a este fato, o vice governador prometeu e não cumpriu, chegaram a marcar data de inauguração, porém nada mais foi feito que alimentasse a esperança dos moradores de terem produto de qualidade.


Um grande conhecedor do problema, profissional nesta área, disse que a necessidade da água do Rio Mosquito não é somente pelo sabor, e sim pela escassez, segundo ele, o Rio Montes Claros tem dado sinais evidentes que não possui capacidade de atender a demanda, não há um reservatório, a coleta é feita diretamente no leito do rio e a cada ano é menor o seu volume.


Estamos em ano político, certamente vão desenterrar o assunto, novas promessas virão, e a tão sonhada água doce, mais uma vez será uma “doce” ilusão.

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