A obrigação jornalística e as críticas

Às vezes, é preferível o lazer

Vez por outra me pego em explicações dos textos que escrevo e dos assuntos que me permito a dar publicidade. 

Nesta semana fui muito criticado em dar publicidade à prisão do vereador Denilson Alves, por violação à Maria da Penha. 


Denilson é um velho conhecido, um colega de muitos anos, incluindo os anos que frequentamos juntos a escola, os ambientes de futebol. 


Ele é casado com um prima deste blogueiro e inclusive já declarou a sua admiração pelo nosso trabalho. 


Não pense que é fácil publicar ou que me sinto feliz em dar publicidade a este tipo de assunto. 


Este trabalho que faço é difícil, sensível, peculiar, desafiador e todos os dias tenho que fazer escolhas. Escolha, inclusive, de palavras. 


Uma leitora foi incisiva em seu comentário. “É muito dedo apontado. Macaco enrola o rabo senta em cima e vai cuidar da vida dos outros. Ei Dinomar Miranda, porque de bandido vc não mostra o rosto???  Faz questão de tampar.


Não sou a favor da violência, todos nós somos humanos e erramos sim, O sensacionalismo é uma praga que assola a humanidade! Respeitar o espaço do outro é uma roupa que sempre cai bem. Antes de ser figura pública, é gente, de carne e osso. 


Tudo na vida é um aprendizado, nunca devemos julgar ninguém sem conhecer a história inteira, É muita gente compartilhando as mazelas do outro e se esquecendo das suas, O povo falando dos outros. 


E esquece suas vidinhas…. É muita mesquinharia se achando nas redes sociais, tem gente que tem a vida mais suja que aterro sanitário, por debaixo dos panos e apontando o dedo pros erros dos outros”, escreveu a leitora. 


Agora pergunto à nossa leitora, adiantaria eu por uma tarja no rosto dele? Era publicar ou não publicar. E como não publicar a prisão de um vereador? 


É uma obrigação jornalística que eu não posso me furtar. 


E você não é a primeira pessoa a ficar chateada comigo. Muitas pessoas, por não entender a minha posição, também ficam chateadas e não sem razão. 


Mas afirmo a você que é um sofrimento diário, principalmente eu publicar questões, que sei, pela abrangência deste Blog, vai ter uma imensa repercussão na vida pessoal das pessoas envolvidas. 


Por isso traço as minhas palavras e publicações com o máximo respeito às pessoas, mas sem furtar do assunto. 


A propósito, jamais publico aqui assunto da vida privada, íntima de quem quer que seja. 


As notícias aqui veiculadas, como manda a boa escola do jornalismo, são aquelas de cunho público, que tem impacto direto na sociedade, como a gestão pública, educação, crimes, a vida legislativa. 


Ao invés de estar aqui publicando e fazendo gestão sobre este Blog, poderia muito bem usar este tempo para fazer outras coisas que gosto, como ler, correr, viajar, estar com a família, assistir filmes. 


Na boa, já tenho muito “stress”, como chefe de comunicação de um Tribunal Superior do nosso país, aqui em Brasília. Por trabalho e problemas, já me daria por satisfeito. 


Mas faço a edição deste Blog como uma missão. 


Tem gente por aí que faz muito trabalho voluntário. É uma maneira de ajudar a sociedade, de dar o seu quinhão social, de dar uma devolutiva à comunidade pelos investimentos públicos, como a educação que recebemos. 


E este Blog tenho como um trabalho com essa filosofia. É um trabalho voluntário em prol da comunidade. Mas não abro mão do profissionalismo e das boas e éticas bases do jornalismo acadêmico.  


Por tudo isso, peço aos caros leitores que entendam o nosso papel.

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