Escola Polivalente recebe R$ 0,35 per capita para merenda escolar. E um pedido de desculpas



Repercutiu fortemente a publicação sobre o protesto de estudantes do Colégio Polivalente, em Campos Belos (GO), sobre a falta de merenda escolar, na última sexta-feira (2). 


Ocorre que a publicação atingiu quem não deveria atingir. 


Explico. As críticas foram direcionadas à burocracia da educação estadual de Goiás, à qual o colégio é subordinado e não aos sofridos  gestores do Polivalente. 


Parece que isso não ficou claro no texto e muita gente da escola ficou magoada. Mas não deveria. 


Todos sabemos que a culpa não é da escola e nem das pessoas que a dirigem com todo sacrifício.  


Sou parte do Colégio Polivalente. 


Tudo que sou, devo ao Polivalente e aos ilustres professores. Lá estudei por quase dez anos. Do fundamental ao último ano do ensino médio. 


Conheço profundamente  a cultura, as nuances, as dificuldades e o potencial dessa escola. 


Publico, denuncio e acompanho, há anos, o sofrimento dos gestores e professores do Polivalente para manter em pé a instituição e em pleno funcionamento, principalmente durante a longa e penosa reforma das instalações.  


E vocês sabem que a intenção nossa é sempre o bem do colégio e não sua má reputação. 


Mas vamos às explicações do Colégio Polivalente.


Lá não está faltando merenda escolar, segundo uma das gestoras. 


As prateleiras estão cheias. O que falta é merendeira.  


A única  profissional da escola, que trabalha há mais de 20 anos, e que até serviu este jornalista em outrora, entrou de licença prêmio – aquela licença que o servidor faz jus a cada dez anos. 


A licença prêmio da servidora foi comunicada, com antecedência, às autoridades educacionais, que como se viu, não tomaram as providências e deixaram os gestores e alunos do Colégio Polivalente na mão.  


Como não tem merendeira, a solução para não deixar os estudantes sem alimento, foi distribuir as bananas. 


E a decisão foi comunicada com antecedência aos alunos. 


Mas parece que os argumentos não convenceram os alunos, que saíram das salas de aula em protesto. 


E não fizeram mal. Estão certos e o protesto é uma das maneiras de se fazer democracia. 


O mais grave, que vejo, respeitando as dores dos gestores que sentiram suas integridades abaladas, é o governo de Goiás repassar apenas míseros 0,35 centavos de real por aluno para comprar os alimentos. 


Isso não me cabe. Mais Parece que somos um país paupérrimo da África ou da Ásia do que uma nação rica e próspera.


Não precisa ser especialista para saber que este valor  é muito pouco e que por isso é preciso que os gestores das escolas façam “mágica” para não deixar as prateleiras vazias. 


Sei das lutas dos professores e dos gestores do Polivalente para o bom funcionamento da escola, que muitas vezes “tiram do próprio bolso”. 


Peço desculpas, então, aos professores e gestores pela dubiedade do texto, que deu má interpretação. 


Não, vocês não são vilões. 


Os vilões que vilipendiam as nossas escolas estão em patamares mais elevados e todos sabemos onde estão e como agem. 


Só não podemos provar. A não ser que uma operação “Lava Jato” seja implementada em Goiás.   


O alvo das pesadas críticas não são vocês. Pelo contrário, vocês são vítimas, assim como os estudantes, pais e a sociedade, da má administração da nossa educação. 

Por fim, registro que até o presente momento não recebemos qualquer nota da Subsecretaria Regional de Educação de Campos Belos para dar explicações  à comunidade sobre o protesto e sobre a falta de merendeira do Colégio Polivalente. 

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