Uma tarde de terror em Campos Belos (GO): jovem mata desafeto a facadas; população tenta linchamento e ele faz crianças de reféns em igreja

Juliano Jesus, acusado de assassinato 

Edivânio, morto a facadas ontem em Campos Belos 


A cidade de Campos Belos (GO), nordeste do estado, região da chapada dos Veadeiros, teve ontem (17) mais uma tarde de terror, por conta da violência humana, que nunca dá uma trégua.

Era por volta das 17h, no setor Vila Esperança, periferia e um dos bairros mais carentes do município, quando um jovem, de apenas 20 anos, batia papo com amigos, sentado numa calçada, na porta de uma residência, quando foi surpreendido, à traição, e foi brutalmente esfaqueado pelas costas.

A vítima, um garoto conhecido por Edvânio dos Santos Silva, foi levada às pressas para a UPA de Campos Belos, mas não resistiu aos gravíssimos ferimentos e morreu no local, em atendimento. 


Ele morava numa fazenda do município com os avós.

A Polícia Militar foi acionada e imediatamente partiu para o local. Após intensas buscas, infelizmente não pode encontrar o acusado de ter matado Edvânio dos Santos Silva.

O acusado foi identificado por testemunhas e moradores da comunidade Vila Esperança como Juliano de Jesus Cardoso da Silva, outro jovem, com cerca de 24 anos.

O rapaz é conhecido da Polícia. Estava preso e foi liberado recentemente para o regime semiaberto, em virtude da pandemia dos coronavírus.

Ele é acusado de ter tentando matar um homem, que foi flagrado tentando estuprar a sua mãe, uma deficiente e portadora do HIV.

A pequena família, que já foi ajudada aqui no BLOG a se mudar de Abadiânia de Goiás para Campos Belos devido às muitas necessidades, até de fome, ficou morando tempos no centro Olímpico, depois no estádio da cidade e por fim achou abrigo no Vila Esperança, onde a mãe morava de favor.

Felizmente, mais recentemente, alugou uma casa, onde vive os dois, há menos de 15 dias. Agora ocorre essa tragédia.

Após as buscas da PM, por volta das 19h, o acusado do crime voltou para a casa da mãe, como se nada tivesse acontecido. Foi quando o tempo fechou para ele.

Dezenas de pessoas da comunidade partiram para cima, na tentativa de linchá-lo.

“Ele foi para casa da mãe e os rapazes que já estavam a procura, o encontrou e tentou linchá-lo. Só não matou porque grudou com a mãe”, disse uma pessoa que presenciou o fato.

“Eram mais de 10 pessoas com facas, facão e porretes. A líder comunitária impediu que a população entrasse em sua residência, lote também onde funciona a igreja.

A testemunha contou que ao soltar sua mãe, ele saiu correndo e a multidão enfurecida atrás.

O portão da igreja estava aberto e ele entrou, fechou-se com criança lá dentro, enquanto a líder comunitária e mãe das crianças, do lado de fora tentava conter as pessoas. 


Mas, enquanto a pastora e seu meu marido continham os enfurecidos, o acusado de assassinato fugiu pela porta dos fundos da igreja, que dá acesso ao morro e desapareceu.

“Ele fez os filhos da pastora reféns – as crianças de 7 e 10 anos – enquanto ela continha a população, que estava armada com facão, paus e facas lá fora. Ele entrou pela frente, fechou o portão com as crianças dentro e saiu pelos fundos do quintal.

Novamente a polícia foi acionada, fez busca nas imediações, porém Juliano Jesus não tinha encontrado até a manhã desta quarta-feira.

Após a confusão, a líder comunitária teve que ser socorrida ao hospital da cidade, após desmaios.

“A igreja é na área da minha casa. A comunidade está me crucificado por não ter deixado matá-lo.

Não aguentei, depois que ajudei os policiais com as buscas no morro e tive que ser levada ao hospital. Sofri desmaio e fui medicada”, disse a pastora Samantha, que é a líder comunitária do Vila Esperança. 


O motivo do assassinato, segundo uma pessoa da comunidade, teria sido uma rixa antiga entre ambos, por conta de uma suposta namorada. 

Ainda há pouco, uma testemunha contou que o Juliano Jesus, o assassino, foi preso pela Polícia Civil e já está no presídio de Campos Belos à disposição do Poder Judiciário. 


A informação também foi confirmada a oficialmente pela corporação.

“Após contê-lo, foram tomadas as providências preliminares, encaminhando ao hospital para tratar de suas lesões, emitido o Exame de Corpo de Delito Ad Cautelam, e, após, conduzido ate a delegacia para a formalização da Prisão, e, recolhido à Unidade de Policia Penal de Campos Belos até que o Poder Judiciário delibere sobre a prisão.”

Atualização da notícia 
Uma testemunha do crime ligou ao Blog e contou que não houve crianças como reféns. 
Disse que a líder comunitária, no afã de salvar a vida do homicida, o que fez certo, ficou dentro da igreja e abriu a porta dos fundos para que ele fugisse. 
“Não houve questão de reféns. As crianças não estavam na igreja. Estava na casa, onde o rapaz não entrou.
O criminoso queria era sair e se entregar à polícia. Ele estava com medo de ser morto”, diz o rapaz, que é morador do Vila Esperança.  

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