Policiais reclamam que têm o salário mais baixo do país e dormem em delegacias de Goiás por não ter dinheiro para aluguel
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Agentes e escrivães substitutos da Polícia Civil de Goiás reclamam do baixo salário e contam que, como foram remanejados para o interior, não têm condições de pagar o aluguel de uma casa com os R$ 1,5 mil que recebem.
Eles afirmam que o salário é mais baixo do país do setor. Por isso, muitos estão dormindo nas próprias delegacias.
Ao todo, 397 agentes e escrivães tomaram posse no dia 5 de setembro de 2017 e recebem R$ 1,5 mil. O escrivão ouvido pela reportagem conta que ganhava R$ 6 mil no emprego anterior e, em busca de estabilidade estudou para o concurso.
Após ser aprovado, o servidor se mudou para uma cidade a 600 km de onde morava. Sem dinheiro, ele e mais quatro novatos adaptaram dois cômodos de uma delegacia para que pudessem dormir no local.
Assim que o expediente termina, às 18h, eles fecham as portas e ficam trancados no interior da unidade.
Porém, várias vezes eles têm de atender a moradores. “A gente não tem privacidade, segurança, a gente apreende armas e drogas, se algum bandido quiser roubar, é um local perigoso”, avalia o escrivão.
O Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO) explicou que muitos servidores novatos enfrentam a mesma dificuldade, mas ainda não calculou quantos.
“Há os que estão dormindo de favor, os que estão na casa de parentes e amigos, os que o aluguel está sendo pago pelos pais. O salário não é suficiente para suprir a demanda”, disse a vice-presidente da entidade, a escrivã Keithe Amorim de Souza.
Para Keithe, que trabalha há 18 anos como escrivã, tanto os cidadãos quantos os policiais podem ser prejudicados devido a essa situação.
Um reflexo do baixo salário é a quantidade de exonerações. Segundo o sindicato, até esta segunda-feira (22), 12 entraram com processo para deixar a corporação.
Aumento salarial
O Sinpol-GO alega que, assim que começaram as discussões para a criação dos cargos de agentes e escrivães substitutos, havia entrado com ações questionando a medida.
Segundo a entidade, o governo usou vagas disponíveis para terceira classe para criar a nova categoria, que tem as mesmas atribuições, mas com salário menor.
Agora, como já houve até a posse dos substitutos, o Sinpol-GO sugere que os aprovados sejam promovidos para terceira classe. Assim, eles passariam a receber R$ 5.134,14, ou seja, quase três vezes mais.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) e aguarda um retorno.
Fonte: G1