Arraias (TO): Revelando os Brasis dança a Sússia em Comunidade Quilombola do Tocantins



As saias floridas rodadas balançam no ritmo da bumba e da caixa. 


Crianças, mulheres e homens dançam, tocam e se divertem nas rodas de Sússia, uma manifestação cultural típica de comunidades quilombolas do sudoeste do Tocantins que agora vira filme no Revelando os Brasis. 


Dirigido por Lucrécia de Moura Dias, moradora do município de Arraias (TO), o filme será gravado de sábado (27) a segunda-feira (29). 


Lucrécia conta que se inscreveu no Revelando os Brasis com intuito de dar visibilidade e valorizar a vida no campo e as características culturais e históricas das comunidades da região.


 “O fato de ser uma quilombola, tenho meu valor, tenho o direito de estar numa universidade, de estudar, de assumir minha identidade como quilombola, como preta, como pessoa que tem valor, que tem conhecimento, tem uma cultura. Tem que ter orgulho do que a gente tem lá e do que a gente é”, conta a diretora.  


A comunidade de Lagoa da Pedra foi a primeira do Tocantins reconhecida como remanescente quilombola pela Fundação Cultural Palmares. A Sússia é uma das principais manifestações culturais da região, também presente em outras comunidades quilombolas. 


“As pessoas da comunidade dizem que a Sússia é um samba, mas é diferente do samba que as pessoas conhecem. É uma dança bem bonita, dança mulher com mulher, homem com homem, e mulher com homem”, conta Lucrécia. 


Entre 14 e 27 de agosto, Lucrécia de Moura Dias e os demais moradores de cidades brasileiras com até 20 mil habitantes selecionados pelo projeto participaram da Oficina de Formação Audiovisual do Revelando os Brasis, no Rio de Janeiro. 


Com aulas de roteiro, direção, fotografia, som, produção, entre outras, os participantes voltaram para suas cidades com os roteiros prontos e a tarefa de mobilizar a comunidade local para participar das gravações. Os filmes desta sexta edição serão gravados até o fim de janeiro. 

Ano VI – Quinze histórias do interior brasileiro, vindas de pequenos lugares espalhados por todas as regiões do país, compõem a sexta edição do Revelando os Brasis. Contadas por moradores de cidades com até 20 mil habitantes, as histórias (verdadeiras e inventadas) foram selecionadas no último Concurso Nacional de Histórias do projeto.


Doze estados têm histórias escolhidas nesta nova edição: Bahia (Lençóis e São José do Jacuípe); Minas Gerais (Barroso e Urucuia); Espírito Santo (Laranja da Terra e Vargem Alta); Alagoas (Quebrangulo); Ceará (Icapuí); Mato Grosso (Nossa Senhora do Livramento); Pará (Bom Jesus do Tocantins); Paraíba (São Domingos do Cariri); Rio Grande do Sul (Antônio Prado); Santa Catarina (Guarujá do Sul); São Paulo (Águas de Lindóia) e Tocantins (Arraias). 


A lista dos selecionados está disponível no site www.revelandoosbrasis.com.br.


O Projeto – O Revelando os Brasis promove a democratização do acesso aos meios de produção audiovisual, oferecendo aos moradores das pequenas cidades a possibilidade de contar suas próprias histórias em filmes. 


Realizado pelo Instituto Marlin Azul, com o patrocínio da Petrobras, o projeto é um instrumento de registro da memória e da diversidade cultural do país e revela novos olhares sobre o Brasil.


Nas cinco primeiras edições, entre 2004 e 2016, foram produzidas 180 obras, entre ficções, documentários e uma animação. 


Os filmes realizados são lançados nas comunidades participantes por meio do Circuito Nacional de Exibição Revelando os Brasis, que monta um cinema ao ar livre em ruas e praças dos municípios. Ainda na fase de difusão do projeto, os filmes são lançados em DVD com distribuição gratuita entre realizadores, secretarias, organizações sociais e culturais, cinematecas, universidades e cineclubes de todo o Brasil. 


As produções também são exibidas no programa de TV Revelando os Brasis, realizado em parceria com o Canal Futura. 


Números do Revelando os Brasis


• 3.452 inscrições foram contabilizadas em todas as edições do Concurso Nacional de Histórias do projeto;


• 180 obras, entre documentários, ficções e animação, foram produzidas em cinco edições;


• 275 sessões de lançamento dos filmes foram realizadas nas cidades e capitais dos estados durante as cinco edições do Circuito Nacional de Exibição.


Com informações da Assessoria 

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