Associação de juízes repudia carta de bispo emérito que defendeu acusados de desviar dízimo e ‘excomungou’ quem os denunciou
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O juiz afirma, em comunicado divulgado pela assessoria de imprensa da associação, que os religiosos não estão imunes à Justiça Criminal.
“Não se pode confundir a atuação jurisdicional e legítima do Poder Judiciário com agressão ao status religioso de qualquer Igreja, justamente pelo fato de que na democracia não cabe aos agentes públicos fazer distinção de pessoas para as tornar, mesmo os religiosos, imunes à Justiça Criminal”, afirma o juiz.
A reportagem não conseguiu localizar Dom João Evangelista Martins Terra.
A Operação Caifás foi deflagrada pelo Ministério Público no dia 19 de março e apura o desvio de R$ 2 milhões pela Diocese de Formosa.
Na carta divulgada pelo bispo emérito de Brasília, o religioso afirma que os responsáveis pela denúncia e prisão dos religiosos foram “automaticamente excomungados”.
“Atropelaram o direito eclesiástico. Apelaram para o Direito Civil. E, nesse momento, ficaram automaticamente excomungados.
“Durante dois anos, um sistema jurídico e policial solerte adestrou padres e leigos corruptos a saturar a internet de calúnias vis contra o Bispo e os fiéis honestos”, diz um trecho da carta.
Em nota, a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) disse não ter conhecimento do artigo. Disse ainda que poder de excomunhão “cabe somente ao papa”.
“Em relação ao caso de Formosa, a diocese possui um administrador apostólico, nomeado recentemente pela Nunciatura Apostólica para responder pela jurisdição. É o dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba”, diz o comunicado.
Fonte: G1