Queda de braço entre delegado e prefeito de Campos Belos impede cidadãos de obterem carteira de identidade



Uma queda de braço entre o prefeito de Campos Belos, Eduardo Terra, e o delegado da cidade, Carlos Eduardo, tem respingado no cidadão, que não consegue mais tirar ou renovar a carteira de identidade no município. 


Quando o jornalista Ricardo Boechat diz que o Estado brasileiro é um monstro, caríssimo, criado para cuidar dele mesmo e custeado pelo cidadão, tem toda a razão. Esse é um exemplo. 


A responsabilidade por expedir as carteiras de identidade em Goiás, assim como nos demais estados e Distrito Federal, é da Secretaria de Segurança Pública. 


Em Goiás há até um instituto para tal fim. 


Mal das pernas, o estado não consegue oferecer o serviço fora dos grandes centros, como Goiânia e Anápolis.


Já que o estado não cumpria a sua obrigação e para evitar o deslocamento do cidadão para grandes distâncias e com maior custo para quem já não dispõe de recursos, em governos passados, a prefeitura de Campos Belos resolveu ceder um servidor à delegacia de Campos Belos exclusivamente para trabalhar na área de expedição das identidades.


O serviço essencial era prestado para moradores da região, em Goiás e Tocantins. 


Assim, perdurou-se por anos. 


Recentemente, a servidora que prestava serviço à delegacia entrou em licença. A prefeitura não mandou um substituto e tão pouco a delegacia designou servidor próprio para o serviço. 


Desde então, Campos Belos não expede mais identidade. 


“Falta de vergonha, viu. Tive que viajar com meu filho sem a dele, pois não conseguia retirar. Isso porque tinha quase dois meses esperando.

Lamentável ação do senhor prefeito”, postou uma cidadã numa rede social. 


O delegado, hoje em entrevista ao programa de rádio Cidade em Foco,  falou do problema e disse que tem poucos servidores (principalmente com a aposentadoria de 8 deles) e que não iria desviar agentes da função de segurança pública para o serviço de expedição de identidade. 


Por outro lado, a prefeitura faz jogo duro, diz que não tem obrigação de ceder servidores para um serviço do estado, principalmente em épocas de falta de gente e de verba pública. 


No meio dessa quebra de braço, o cidadão pagador de impostos, chefe de toda essa turma aí, que insiste em manter essa quebra de braço. 


Alguém avisa aí a ambos que os dois cargos são “políticos” (de confiança da sociedade), e que a arte da política está em negociar. “Política é uma arte de negociação para compatibilizar interesses”.


E o interesse aqui é o interesse público, apenas isso. 

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