A primeira Miss Goiás: A beleza de Lina, que casou-se com um fazendeiro de Arraias (TO)

Pesquisas históricas do confra­de Pedro Nolasco de Araújo, no Instituto Histórico e Geo­gráfico de Goiás apontam que a pri­meira miss Goiás foi Celina dos Reis Gonçalves, vencedora de um “Con­curso de Belleza, graça e elegância”, realizado na Cidade de Goiás, em 21 de março de 1909. 


A nossa primeira miss era irmã do exímio intelectual e parlamentar, Vasco dos Reis Gonçal­ves e do farmacêutico, Pardal do Reis Gonçalves, primeiro a abrir uma far­mácia na nascente Goiânia e cunha­da do poeta Léo Lynce.

Que a beleza da mulher goiana tem passado, presente e futuro as­segurado não resta nenhuma dú­vida. 


De volta esse passado, dois anos após Zezé Leone ser eleita em São Paulo, a senhorinha mais bela do país, nascia Cirilina de Car­valho (conhecida como Lina), em Barro Preto, atual cidade de Trin­dade, na sua zona rural, na fazen­da Buena, no dia 2 de outubro de 1922, filha de Aleixo Antônio Alves e Narcisa Maria de Jesus.

Era considerada, na sua época, uma das moças mais bonitas da re­gião, ainda portadora de farta mei­guice e muita serenidade. Seu genitor foi um dos pioneiros da introdução da raça Gir, no estado de Goiás, trazendo exemplares de Minas Gerais.

O livro Alameda dos Buritis, Moradores pioneiros, décadas de 1940 e 1950, escrito a quatro mãos, pela filha de Lina e pelo desembargador-escritor, Rogério Arédio Ferreira conta que

Lina descende das famílias Cân­dido de Queiroz e Alves de Carvalho, de tradicionais troncos mineiros, da região de São Gotardo e Carmo do Paranaíba, vieram para Goiás de car­ro de boi, motivados pela fé no Divi­no Pai Eterno, e na notícia da desco­berta do medalhão encontrado pelo casal Constantino Xavier e Ana Rosa. 


Ambos de São Gotardo, e com vín­culos familiares com Cirilina.

Antônio Cândido de Queiroz, avô materno de Lina, foi um dos fundadores de Aragoiânia (GO), localizada na grande Goiânia, na região dos Dourados. 


Dono da ser­raria, nos Dourados, onde ainda existe um casarão e vestígios da iluminação elétrica utilizada para funcionamento da mesma, a qual forneceu toras de madeira, através de carros de boi, para a construção do Palácio das Esmeraldas.

José Cândido de Queiroz, tio-avô materno, foi fundador de Aparecida de Goiânia. Lucindo José Ribeiro, seu bisavô paterno, foi um dos fundado­res de Campinas, doando a primeira Igreja Matriz para os padres, e a área para a construção do Colégio San­ta Clara para as freiras franciscanas.

Aos 20 anos, os olhos cor de mel e toda a beleza esparramada pelo cor­po e alma de Lina motivaram o Sr. Cori, dentista de Trindade que, agin­do como cupido apresentou Lina e sua família ao seu colega dentista, An­tero Batista de Abreu Cordeiro (Doca), fazendeiro, de Arraias, antigo Norte­-Goiano, atual estado do Tocantins.

Deu certo o intento. Casaram-se em cerimônia realizada pelo padre Pelágio, na Igreja Matriz de Trinda­de, no dia 15 de setembro de 1943.

Residiram na Alameda dos Bu­ritis, Goiânia, entre as ruas 12 e 26, casaconstruídaporAntero, em1944.

Viveram juntos por 67 anos, fi­cando viúva de Doca, em 2010, pres­tes a completar 103 anos. 


Uma vida longa, que muito se deve aos cui­dados de Lina. Hoje, aos 95 anos, mantenedora de sua especial bele­za, desfruta de uma vida saudável e tranquila com seus familiares.

A beleza de Lina foi generosa­mente cedida as suas gerações, mantendo-se viva na sua neta, Ana Carolina D`Abreu Carvalho Pires e na sua bisneta, Vanessa Ferreira Pires, portadoras incontestes dos seus genes formosos que moldu­ram a mulher goiana.


Fonte: Uma publicação do Diário da Manhã

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