Alto Paraíso (GO): policiais civis são acusados de sequestrar e obrigar turista a transferir quase R$ 1 milhão em bitcoins

Há algo de muito errado neste país.

Um gravíssimo caso de extorsão, cometido por policiais civis, acaba de estourar em Goiás.

O caso, que ocorreu em Alto Paraíso de Goiás, nordeste de Goiás , região da Chapada dos Veadeiros, foi publicado, com exclusividade, pelo jornalista Roberto Nabofarzam, do Jornal o Vetor.

Segundo o jornal, um empresário, de 38 anos, turista em passeio na cidade de Alto Paraíso de Goiás, denunciou neste fim de semana três homens identificados como policiais civis de Goiás por sequestro e extorsão de quase R$ 1 milhão em criptomoedas.

O caso foi no último sábado (5) no vilarejo de São Jorge, local que o homem passava férias. A vítima é natural de Minas Gerais, mas mora em Portugal, onde é dono de um cassino.

Segundo registro da ocorrência, entre os policiais que cometeram a extorsão, dois seriam do grupo conhecido como GT3 – agrupamento de elite da Polícia Civil.

O terceiro homem seria um policial civil da cidade de Cristalina (GO), morador de Luziânia.

Segundo a vítima, que denunciou as autoridades, ele estava em uma viagem de lazer na região e foi alvo de uma falsa abordagem feita por três homens que portavam armas de grosso calibre.

Os policiais civis mentiram, dizendo serem policiais federais. Eles sequestraram o turista e o levaram até o hotel para ele fazer transferência de valores para as contas dos sequestradores.

Ainda conforme o empresário, os homens possuíam informações sobre ele e suas contas bancárias. Na ocorrência, a vítima disse ter transferido 4 Bitcoin, com valor aproximado de R$ 1 milhão.

Ainda conforme o relato da vítima, para ser liberado, o grupo exigiu que ele enviasse mais recursos posteriormente e dissesse nomes de outras pessoas endinheiradas que também têm boas quantias de criptomoedas.

A prisão de um dos policiais civis foi efetuada por um delegado de Cristalina juntamente com militares da Companhia de Policiamento Especializado (CPE) de Luziânia.

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso já foi informado a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE/GT3), que sua Gerência de Correições e Disciplina adota, desde as primeiras horas de domingo, 6, “todas as providências cabíveis, de acordo com a legislação, para investigar o caso”.

Ainda segundo a a assessoria de imprensa da corporação, a “gerência não se pronunciará neste momento para que as investigações não sofram intercursos mas, em momento oportuno, a sociedade será informada de mais detalhes do caso”.

De acordo com a Polícia Civil, os policiais serão recolhidos do Grupo Tático nesta segunda-feira (7) e os “procedimentos serão lavrados e conduzidos até o total esclarecimento do caso.”

Detalhes

Segundo declarações dadas para os Policiais Militares da 14ª CIPM e aos agentes da Polícia Civil de Alto Paraíso de Goiás, os três amigos afirmam deixaram a Pousada em uma SUV Hilux no sábado, para irem almoçar em São Jorge, quando foram abordados por um veículo Land Rover de cor preta.

O veículo era ocupado por três pessoas, que se identificaram como policiais e apresentaram distintivos que eles não souberam identificar de qual corporação pertencia. Mas que tinham um brasão parecido com o da Polícia Federal nas roupas.

A vítima e seus dois amigos afirmam que dois homens desceram do veículo carregando armas tipo pistola, fuzil e metralhadora e que vestiam calça jeans, tênis preto, camisa tommy azul celeste com manga longa, boné nova era, farda caqui, bala clava inferior bege, boné camuflado verde.

O terceiro homem não saiu do carro e não foi possível visualizá-lo.

Segundo o turista, os homens revistaram o seu veículo, perguntando se havia algum ilícito, e que, ao serem informado que ele é comerciante no ramo de cassinos, no exterior, lhe foi solicitado mostrar todas as contas, e, em seguida, levaram o homem  até a Pousada e o forçaram, sob ameaça de morte, com armas apontadas em sua cabeça, a realizar a transferência de criptomoedas no valor de 4.485 BTC, cerca R$ 900 mil.

Logo que foi concluída a transferência do valor, os três homens deixaram a vítima na pousada e seguiram destino desconhecido.

A vítima disse também que os autores do crime narravam informações privilegiadas que pouquíssimas pessoas têm acesso.

Logo após o ocorrido, os três amigos se dirigiram à sede da 14ª CIPM, em Alto Paraíso de Goiás, onde fizeram Registro de Atendimento Integrado (RAI).

Eles apresentaram o recibo de transferência da Criptomoeda, fotos da placa da Land Rover e mais detalhes que pudessem auxiliar na busca pelos criminosos.

Imediatamente as viaturas da Polícia Militar deram início ao patrulhamento na região e comunicaram também às unidades dos municípios vizinhos e unidades especializadas do estado. As vítimas também foram orientadas a procurar a Delegacia de Polícia Civil.

Lá chegando, repetiram a narrativa dos fatos e acrescentaram que os criminosos perguntaram se havia outros empresários que tinham quantias expressivas em criptomoedas.

O turista contou ao delegado que os criminosos pediram para ele citar aleatoriamente alguns nomes, e que, ainda sob ameaça, lhe foi exigido que entrasse em contato com os nomes informados para que passassem o restante do dinheiro que eles queriam.

Disse ainda que, após ameaças físicas e psicológicas, os criminosos viram que o comerciante não tinha mais dinheiro e então lhe deram um prazo de 24 horas para que o resto do dinheiro lhes fosse entregue, caso contrário, ele e seus familiares iriam morrer.

Nesse momento ainda mostraram uma pasta com diversas fotos de pessoas próximas da vítima e afirmaram que sabiam onde localizá-las.

Um dos policiais civis envolvidos no sequestrou e extorsão mora na cidade de Luziânia (GO). Encontrado em casa, ele confirmou sua participação no gravíssimo crime.

Com informações Jornal “O Vetor” e “Jornal Opção”

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