Qual o recado das urnas? o que quis dizer os eleitores ?

Qual o recado das urnas? o que quis dizer os eleitores ?

São várias as leituras que se pode inferir no mapa de votação no Brasil.

Nota-se, principalmente, um país divido de forma geográfica, como se pode ver nos mapas.

Nas regiões mais pobres e nos rincões onde impera a pobreza, o mapa ficou vermelho: deu Lula.

Onde as pessoas moram e vivem de forma mais próspera, como o sul, o sudeste e o centro-oeste, no Distrito Federal, as cores azuis predominam e deu Bolsonaro.

Isso pode ser visto nos mapas dos estado de Goiás e do Tocantins também.

No Nordeste de Goiás, o chamado corredor da miséria, com IDH baixíssimo, Lula deu uma lavada em Bolsonaro.

O município de Cavalcante (GO), berço dos Kalungas, um dos mais pobres de Goiás, Lula obteve cerca de 80% dos votos.

O presidente da República só ganhou nas duas cidades mais ricas e prósperas da região, berço do agronegócio: Formosa e Água Fria. Só Mambaí foi o ponto fora da curva.

Em compensação, o sul e centro sul de Goiás, região riquíssima e próspera, cheia de universidades e de indústrias, quem deu uma lavada em Lula foi Bolsonaro.

O Tocantins ficou todo no vermelho.

Isso, salvo melhor interpretação, diz que as pessoas com a barriga vazia e sem renda querem uma volta ao passado, na esperança de que a vida possa dar um reviravolta e a comida possa vir novamente à mesa.

Querem trocar o governo porque as “coisas não andam bem”.

Neste grupo de pobres, primeiro, pensa-se nas necessidades mais básicas, como alimentação, para depois pensar em outros problemas, como as questões ideológicas, religiosas, de comportamento, sobre corrupção.

Por outro lado, as pessoas integrantes de comunidades mais ricas e abastadas, como se diz na gíria da garotada, estão em outra “vibe”.

Com a barriga cheia e dinheiro no banco, saltam aos olhos outras questões políticas e sociais, para eles mais relevantes, como o avanço dos progressistas e da esquerda, as questões de porte e posse de arma, pautas conservadoras e religiosas como as políticas antiaborto e o combate às drogas.

Insurge aqui uma luta entre os brasileiros pobres e os brasileiros ricos.

As cartas estão sobre a mesa e os candidatos têm 28 dias para averiguar o cenário e mudar suas estratégias.

Estão sobrando cerca de 9,5 milhões de votos de Simone Tebet e Ciro Gomes.

Em se mantendo os mesmos votos do primeiro turno, Lula precisa de mais 1,8 milhão para levar a eleição e atingir mais de 50% dos votos válidos.

O caminho de Bolsonaro é mais árduo.

Ele tem que lutar para Lula não atingir o percentual e ainda angaria mais de 6,5 milhões de votos das sobras de Ciro e Tebet.

As eleições ainda não estão definidas.

Leva quem soube ler o recado das urnas e usar a melhor estratégia nesses poucos dias de campanha.

Bolsonaro parece que entendeu o “esquema” e nesta segunda feira (3) já mandou o governo antecipar o pagamento dos auxílios Brasil e gás antes do segundo turno. Mas será isso o suficiente?

Mapa da fome em 2021/Reprodução Rede Penssan

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