Sete pessoas são presas em Campos Belos (GO) por furto de gado. Cheques, dinheiro, armas e munições também foram apreendidos

Ao menos sete pessoas foram presas nesta quinta-feira  (24), em Campos Belos (GO), nordeste do estado, acusadas de formarem uma organização criminosa responsável por centenas de furtos de gado na região.

Há diversos meses tem aumentado, consideravelmente, as queixas de pecuaristas sobre furtos de vacas, novilhas e bezerros, de diversas propriedades, em Goiás e Tocantins.  

Um dos fazendeiros chegou a ter surrupiados mais de cem cabeças.

Outros produtores tiveram cabeças de gado abatidas, de madrugada, no próprio pasto. Os bandidos escolhiam as rezes, abatiam a tiros, descarnavam e levavam as carnes.

Sobrava ao produtor apenas os restos mortais, sem valor, como cabeça, tripas e buchos.

Mas, nesta quinta-feira, ao que parece, parte da quadrilha responsável pelos furtos foi desbaratada. A “casa caiu”, com se diz na gíria do crime.  

As prisões ocorreram numa propriedade rural. Uma equipe do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) da Polícia Militar de Campos Belos (GO) – tropa de elite da 42ª CIPM – após obter informações de inteligência e de compartilhamento dos próprios pecuaristas locais, conseguiu prender no local, em flagrante, os sete acusados.

Segundo militares da PM, havia um grande esquema criminoso, que envolvia uma intensa logística, desde a captura do gado nas propriedades até a destinação final.

O esquema contava, óbvio, com receptadores que davam destino variado ao comércio ilegal dos animais subtraídos, vivos ou abatidos.

Levantamentos feitos preliminarmente pelas autoridades de segurança pública estimam que, somente neste mês de março, foram furtados mais de 15 animais pela quadrilha, em ao menos três propriedades.

Nem a Polícia Militar ou Polícia Civil quis divulgar os nomes e as imagens dos acusados.

Segundo uma autoridade policial, um dos envolvidos cooptava os vaqueiros das vítimas para que prendessem ou indicava onde estava os animais na propriedade. Outra pessoa, com um veículo tipo gaiola, buscava os animais, que depois eram vendidos abaixo do valor de mercado para os receptadores.

O produto do crime era divido entre entre o vaqueiro e o cooptador. “O esquema funcionava com total participação dos vaqueiros que ou indicava onde estava os animais ou prendiam para que fossem subtraídos”, disse a autoridade.

Além do gado, foram apreendidos cheques, comprovantes de depósito em contas bancárias, Inclusive um no valor de R$ 40 mil; dinheiro em espécie; celulares;  veículos utilizados na prática delituosa; sete armas de fogo e diversas munições.

O flagrante foi lavrado ontem na Delegacia de Campos Belos, que deve agora aprofundar as investigações e puxar o “novelo de linha” da associação criminosa responsável pelo furto e negociação de bovinos na região.  

Os sete homens foram presos pelos crimes de furto, associação criminosa, receptação e posse ilegal de armas de fogo de uso restrito.

Somados, os crimes podem render até 16 anos de prisão.

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